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Saúde perdeu mais de seis mil trabalhadores nos últimos anos

27 dez, 2014

Entre 2009 e 2013, mais de mil enfermeiros deixaram o Serviço Nacional de Saúde.

Saúde perdeu mais de seis mil trabalhadores nos últimos anos

O Ministério da Saúde perdeu 6.167 trabalhadores, entre 2009 e 2013, indicam os dados divulgados pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).

Em 2009, havia um total de 130.590 médicos, enfermeiros e trabalhadores de outras categorias ao serviço do Ministério da Saúde.

Desde então, tem sido sempre a cair. Em 2013, o número de trabalhadores com vinculo ao Estado desceu para 124.423.

Nos últimos quatros anos, o Ministério da Saúde perdeu mais de mil enfermeiros, mas o contingente de médicos foi reforçado. 

Em 2009, havia 39.951 enfermeiros e 23.266 médicos. Em 2013, havia 38.937 enfermeiros e 26.544 médicos, de acordo com o balanço da Administração Central do Sistema de Saúde.

Já este ano, destaca a ACSS, foram contratados para o Serviço Nacional de Saúde 3.198 médicos, 1.090 enfermeiros e 1.009 trabalhadores de outras categorias.

Menos 2.181 trabalhadores num ano
Quando se compara 2012 com 2013, o documento divulgado esta sexta-feira salienta que a Saúde foi ministério que menos funcionários reduziu - 2.181 (1,7%) - e aumentou em 2% os trabalhadores de carreira médica.

Do total de trabalhadores do Ministério da Saúde um terço são enfermeiros, seguindo-se os médicos (21,3%) e depois os assistentes operacionais (20,9%). Lisboa e Vale do Tejo era a região que concentrava maior número de profissionais, muitos mais do que as regiões Centro, Alentejo e Algarve juntas.

Ainda em relação aos trabalhadores, diz o resumo do balanço social  de 2013 que nos cuidados de saúde a grande maioria (78%) exercia funções nos cuidados hospitalares, com os restantes nos cuidados de saúde primários.

Os responsáveis pelo documento salientam "a significativa redução verificada ao nível dos contratos de prestações de serviços (essencialmente médicos) que, de 2.412 em 2012, diminuíram para 2.172, em 2013", bem como "o decréscimo do número de situações precárias" e o "aumento registado na taxa de contratos por tempo indeterminado".

Quanto a salários, no final do ano passado cerca de 66% dos trabalhadores do Ministério recebiam mais de mil euros por mês e 18% mais de dois mil euros.

Os encargos com pessoal contabilizaram no ano passado no Ministério cerca de três mil milhões de euros, mais 4,5% do que em 2012, o que reflectiu o pagamento de subsídios de férias, diz o documento.