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Rompuy: se fosse a França a sair “a UE estaria morta”

27 nov, 2014 • Pedro Caeiro

As palavras de Van Rompuy ainda ecoam em Londres e expressam a ideia de que há países “pilares” da construção europeia e que o Reino Unido não é um deles. Natural destaque para o plano de Juncker apresentado ontem.

O plano apresentado ontem por Jean-Claude Juncker domina, naturalmente, as notícias desta manhã no que respeita à União Europeia. No “Diário Económico”, por exemplo, explica-se que Portugal vai submeter projectos dos vários planos sectoriais já apresentados pelo Governo – dos transportes, às águas, passando pelos resíduos, a eficiência energética, ou as renováveis - para obter financiamento do Plano do presidente da Comissão Europeia. Segundo apurou o jornal junto do Governo, “além dos projectos privados já apresentados, num valor inicial que ronda os cinco mil milhões de euros, o Governo vai sinalizar projectos públicos, numa perspectiva de médio e longo prazo, com início no próximo triénio”.

Ainda no “Diário Económico”, o Editorial fala também do Plano Juncker e na “diferença entre teoria e prática”. O jornal diz que “a economia europeia não só precisa de estímulo, como há necessidade de investimentos de grande envergadura, seja na ligação das redes nacionais de energia ou em estradas na Alemanha”. Na prática, o plano enfrenta alguns problemas e o principal é faltar dinheiro para acompanhar a mudança de discurso da nova Comissão. De resto o tema surge em quase todos os grandes títulos europeus, mas também atravessa o Oceano. É falado na Voz da América e na Reuters.

Outro tema da manhã: as palavras de Van Rompuy. O presidente do Conselho Europeu desvaloriza a hipótese de saída do Reino Unido. Sem meias palavras, diz mesmo que a União Europeia “estaria morta se fosse a França a sair... mas que sobrevive, apenas com algumas mazelas, sem o Reino Unido”. As declarações, obviamente, tiveram, impacto entre os jornais britânicos. Caso do “Daily Mail”, do “Express” ou do “Telegraph”, mas também do “International Business Times” ou da agência EurActiv.

Ainda no Reino Unido, Londres enfrenta uma multa de 34 mil milhões de libras por causa de um buraco orçamental comunitário. A notícia vem no ”Telegraph” e no “Express”. Quem vai pagar são os contribuintes britânicos.

Destaque também para a decisão de Bruxelas por causa do chamado “direito a ser esquecido” que foi imposto aos motores de busca como o Bing ou o Google que, entretanto, está a ser investigado a propósito das suas políticas de privacidade. Este direito que as pessoas têm a que não surjam referências suas na Internet pode ser estendido da Europa para o resto do Mundo. A notícia vem no “New York Times”, no “Economic Times” e no “The Independent”.

Por fim, um tema que só a nós diz respeito. O “Diário Económico” refere que Bruxelas vai devolver 13 milhões de euros a agricultores portugueses. São dotações orçamentais que não foram utilizadas em 2013.