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Nova mesa nacional do BE discute liderança dentro de uma semana

23 nov, 2014

As duas principais listas candidatas ficaram empatadas na convenção que terminou este domingo.

Nova mesa nacional do BE discute liderança dentro de uma semana

A nova Mesa Nacional do Bloco de Esquerda (BE), que registou um empate entre as duas maiores listas candidatas, a da actual direcção e a de Pedro Filipe Soares, reúne-se no próximo domingo para debater a futura liderança.

A votação dos delegados à IX Convenção Nacional, que terminou este domingo em Lisboa, ditou que cada uma das listas passa a ter 34 representantes entre os 80 membros daquele que é o órgão máximo do BE entre convenções.

Com este empate para a Mesa Nacional, a Convenção do Bloco de Esquerda terminou sem definir a solução de liderança do partido. No entanto, a moção mais votada, que define a estratégia do BE para os próximos dois anos, foi a da anterior direção, encabeçada pelos coordenadores João Semedo e Catarina Martins.

A lista B - que agrega as moções "Uma resposta de esquerda" e "Refundar o Bloco" - conseguiu sete representantes e a lista R, da moção "Reinventar o Bloco", elegeu quatro nomes.

Para a comissão de direitos registou igualmente um empate entre as moções da dupla João Semedo e Catarina Martins e de Pedro Filipe Soares, com três membros para cada uma e ainda um eleito pela lista B.

"Esta disputa interna deve encerrar"
O coordenador da comissão política cessante João Semedo chamou à tribuna da Convenção todos os eleitos para os órgãos de direcção do BE, antes de iniciar a intervenção de encerramento.

No discurso, João Semedo deixou um apelo ao fim da disputa entre as várias tendências do partido. “Estas diferenças discutidas na convenção, esta disputa interna, este nosso debate, deve encerrar. A disputa que nos trouxe até aqui à convenção, que discutimos durante a convenção, o convite que fazemos é para que, sem prejuízo das diferenças nem das opiniões, essa disputa acabe”, afirmou o coordenador bloquista.

Com eleições legislativas agendadas para o próximo ano, João Semedo considera que “a esquerda tem que ser mais forte, mais unida, tem que ser capaz de construir uma alternativa, tem que estar disposta a levantar a resposta que diga: estamos aqui porque lutamos pelos nossos, lutamos por todos”.

Sobre os casos que têm marcado a actualidade nacional, o coordenador bloquista garantiu que o partido não vai descansar enquanto não acabar com os vistos “gold” e deixou um aviso: “Que os Ricardos Salgados e toda essa casta saibam: sim, vamos atrás deles como sempre fomos. Não nos cansamos”.

João Semedo avisou, também, que o PS terá que enfrentar o Bloco de Esquerda nas ruas se, quando for Governo, disser que não tem dinheiro para aumentar salários ou baixar impostos.

"No primeiro dia em que António Costa faça aquilo que tanto se tem esforçado por esconder, nesse primeiro dia terá o Bloco de Esquerda nas ruas", declarou o dirigente do Bloco de Esquerda, no final da Convenção que decorreu no Pavilhão do Casal Vistoso, em Lisboa.