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Deputados do PS querem esclarecimentos sobre morte de idosa em Sabrosa

30 out, 2014

Centro de saúde local estava fechado devido à greve do pessoal administrativo. Idosa acabou por falecer nas instalações dos bombeiros.

Os deputados do grupo parlamentar do PS questionaram o Governo sobre a acessibilidade aos cuidados de saúde no interior e pediram esclarecimentos sobre a morte de uma idosa de Sabrosa, depois de encontrar o centro de saúde fechado.

Na sexta-feira, uma mulher de 74 anos e residente em São Cristóvão do Douro, concelho de Sabrosa, ter-se-á sentido mal e recorrido ao centro de saúde local, onde alegadamente não foi atendida porque a unidade de saúde não estava em funcionamento devido à greve do pessoal administrativo e auxiliar do sector.

A septuagenária acabou por morrer, já nas instalações dos Bombeiros de Sabrosa, onde se dirigiu a pedir auxílio.

No mesmo dia, a Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte anunciou a instauração de um "processo de inquérito para averiguar exactamente o que se passou" em Sabrosa, o qual ainda está a decorrer.

Os deputados do PS eleitos pelo distrito de Vila Real, Agostinho Santa e Ivo Oliveira, articulados com o resto do grupo parlamentar socialista, pediram ao ministro da Saúde esclarecimentos sobre o caso de Sabrosa, querendo saber "qual o prazo previsto" para a conclusão do inquérito e "sobre que determinantes vai incidir".

"Vai considerar apenas sobre o caso em concreto, ou vai analisar também as dificuldades de acesso aos cuidados de saúde de todo o território", questionaram ainda os parlamentares.

Por fim, o PS quer saber se está o "Governo consciente da falta de equidade de acesso aos cuidados de saúde a nível territorial, provocado pelo encerramento de serviços e extensões de saúde, agravado pela falta de transportes públicos nas aldeias e vilas do interior do país".

Os deputados dizem que "que são várias as situações que mostram que as respostas a situações concretas não estão a ser adequadas" e referiram que, "se Sabrosa fosse um bairro de Lisboa, talvez o desfecho não fosse tão trágico".

"O encerramento das extensões de saúde e a falta de transportes públicos nas aldeias e vilas do interior do país limitam dramaticamente o acesso aos cuidados de saúde nestes territórios", sublinharam ainda.