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Investigadores criam pastel de nata "pronto a aquecer"

29 out, 2014

Universidade de Aveiro desenvolveu nova técnica que permite conservar "todo o sabor tradicional" com "menos calorias".

Investigadores criam pastel de nata "pronto a aquecer"

Um pastel de nata pronto a aquecer no micro-ondas, menos calórico e que mantém as características originais. A criação foi anunciada pela Universidade de Aveiro e abre novos horizontes à sua comercialização e exportação.

O pastel de nata criado no departamento de química, com "todo o sabor tradicional e menos calorias", pode ser ultracongelado depois de pronto e ser consumido em qualquer ponto do mundo, como se tivesse sido acabado de fazer, após um minuto no micro-ondas. 
 
Até agora, os pastéis de nata, quando sujeitos a ultracongelação e reaquecimento em micro-ondas, ficavam com uma textura diferente dos acabados de sair do forno e a massa folhada deixava de ser crocante.  
 
Por esse motivo, os que havia no mercado eram ultracongelados e vendidos como produto cru ou semicru, necessitando ainda de confecção demorada em forno convencional e a temperaturas elevadas.

Um ingrediente especial 
O problema foi resolvido pelo Departamento de Química (DQ) da Universidade de Aveiro com a incorporação de um ingrediente alimentar à base de polissacarídeos, adicionado à massa folhada e ao creme de nata. 
 
"Este ingrediente permitiu obter um produto que pode ser congelado e reaquecido em forno de micro-ondas, preservando as características do pastel de nata tradicional", diz Manuel António Coimbra, coordenador da equipa do Departamento de Química, composta por Rita Bastos e Elisabete Coelho.
 
Nutricionalmente, adianta o investigador, "a adição dos polissacarídeos na formulação levou a um aumento do teor de fibra dietética e a uma diminuição do teor de gordura, obtendo-se um pastel de nata com apenas 184 calorias, menos do que as do tradicional". 
 
"Com este novo produto, o consumidor pode desfrutar de todo o sabor e qualidade de um pastel de nata tradicional, a qualquer hora do dia no conforto da sua casa e será possível exportar e alargar mercados para este produto tipicamente português com preservação das suas características", garante Manuel Coimbra. 
 
A receita foi desenvolvida ao longo de seis meses com o mestre pasteleiro Francisco Santos, da empresa Mealfood, e já se encontra com pedido de patente, pelo que brevemente estará disponível para os consumidores.