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Pagar para respirar? Companhias cobram pelo uso de garrafas de oxigénio

29 out, 2014

As autorizações demoram quase um mês a chegar e o preço extra do bilhete pode chegar até aos 300 euros. 

As pessoas que precisam de oxigénio podem ter de somar até 300 euros a um bilhete de avião para poderem viajar. A conclusão é de um estudo realizado junto de 29 companhias aéreas europeias, entre as quais a TAP.

As disparidades estendem-se também ao tempo que demora a aprovação da viagem que pode chegar a um mês. Por isso, os promotores deste estudo falam em dupla discriminação.

Isabel Saraiva, da Federação Europeia das Pessoas com Alergias e Doenças das Vias Respiratórias, explica que “as autorizações necessárias demoram muito tempo a ser recebidas. A outra discriminação está relacionada com o preço, pois a generalidade das companhias aéreas levam pela utilização do oxigénio”.

A Air Baltic, a British Airways e a Tarom da Roménia, destacam-se pela positiva, visto ofereceram oxigénio gratuito a bordo. A TAP cobra 170 euros nos voos para a Europa e 300 nos intercontinentais.

Isabel Saraiva defende a uniformização dos valores, “que as autorizações cheguem, no máximo, em 48 horas, e que todo o oxigénio utilizado a bordo seja gratuito.”

O estudo concluiu que viajar é um “tormento” para pessoas com doenças respiratórias e fala num “processo lento, caro e gerador de angústia e fadiga”.

Esta análise, publicada em livro, é apresentada esta quarta-feira em Lisboa, numa cerimónia que conta com a participação da directora do Programa Nacional para as Doenças Respiratórias, Cristina Bárbara, de Luísa Soares Branco, e do presidente da Federação Portuguesa do Pulmão, Teles de Araújo.