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Vacina contra o cancro do colo do útero passa a ser administrada aos 10 anos

01 out, 2014

Plano de administração da vacina passa a prever duas doses, em vez das até agora habituais três.

A vacina contra o vírus do papiloma humano pode, a partir de agora, ser ministrada mais precocemente, a partir 10 anos, de forma a coincidir com a vacinação contra o tétano e a difteria.

“Entre os 10 e os 13, inclusive, as meninas já podem fazer a primeira dose da vacina contra o cancro do colo do útero, seis meses depois já podem fazer a segunda dose”, explica à Renascença a subdirectora geral de saúde, Graça Feitas.

Na prática, a partir de agora só são ministradas duas doses da vacina, em vez das habituais três, tendo o intervalo de vacinação sido alargado. As raparigas que se atrasarem na vacinação podem iniciá-la até aos 17 anos, inclusive.

“As firmas que produzem os medicamentos continuam a investigar a vacina, tendo chegado à conclusão de que no grupo etário entre os nove e os 13 anos bastam duas doses para que se produza imunidade”, explica Graça Feitas.

A subdirectora geral da saúde sublinha ainda que não se trata de uma medida focada na poupança, mas sim de boa prática clínica, para “administrar as pessoas apenas aquilo de que elas necessitam”.

Desde 2008 que as adolescentes portuguesas recebem três doses da vacina contra o vírus do papiloma humano. O cancro de colo do útero leva, anualmente, à morte de cerca de três centenas de mulheres em Portugal, país com uma das incidências mais elevadas na Europa Ocidental. São diagnosticados cerca de mil novos doentes todos os anos.