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Instituições de solidariedade vão ajudar a dar um médico de família a cada português

29 set, 2014 • Paula Costa Dias

Proposta terá partido da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, mas foi acolhida pelo Ministério da Saúde e deve ser utilizada sobretudo nas regiões mais empobrecidas e distantes.

Instituições de solidariedade vão ajudar a dar um médico de família a cada português
O ministro da Saúde, Paulo Macedo, anunciou esta segunda-feira que está a negociar com a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), as Misericórdias e as mutualidades um protocolo que prevê a colaboração das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) nos cuidados primários. 

O governante admitiu, durante o encontro da CNIS em Fátima, que as IPSS podem vir a dar resposta na área dos cuidados primários "através da possibilidade de algum tipo de acordo ou convenção".

"Precisamos de várias iniciativas para podermos ter um médico de família para todos os portugueses", disse Paulo Macedo. Esta possibilidade "abre uma janela de oportunidade para colaborarmos nesta área com as IPSS".

Essa é uma das hipóteses que estão a ser objecto de negociação no âmbito de um protocolo a ser estabelecido entre os ministérios da Saúde, Educação e Segurança Social, a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, a União das Misericórdias e a União das Mutualidades.

Se Paulo Macedo não quis especificar os termos da colaboração, já o padre Lino Maia, presidente da CNIS, adiantou mais pormenores sobre a proposta, que terá partido da sua confederação.

Reconhecendo que no país há muitas IPSS que "têm um médico, têm enfermeiros, têm pessoas habilitadas para prestarem cuidados primários e até atender numa primeira audição", as mesmas podem garantir "recursos humanos e logísticos para que haja um maior e melhor atendimento, particularmente nas zonas mais deprimidas, onde, de facto, não há resposta pública".

À margem deste primeiro encontro nacional das IPSS ligadas à saúde, Paulo Macedo referiu ainda que estas poderão vir também a colaborar na resolução dos casos de idosos abandonados nos hospitais.