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Politécnicos criticam incoerência de Crato

12 set, 2014

Ministro diz que as reduções dos orçamentos para as instituições estabilizaram. O presidente do conselho coordenador dos Institutos Politécnicos contradiz.

O presidente do conselho coordenador dos Institutos Politécnicos, Joaquim Mourato, congratula-se por Nuno Crato reconhecer as dificuldades das instituições, mas critica que ainda assim continuem a haver cortes.

“O ministro obviamente reconhece a situação das instituições, diz que não pode continuar mas o certo é que acabou de lançar mais um orçamento para o próximo ano com mais um corte”, reclama Joaquim Mourato, em reacção à entrevista do ministro da Educação à RTP.

“Isso é que é difícil de entender. Se por um lado o Governo reconhece que não é possível fazer cortes, mas por outro lado diz que em devido ao esforço nacional há que continuar a fazer”, acrescenta à Renascença.

Cortes estabilizaram?
Outro argumento usado pelo governante é que os cortes no ensino superior estabilizaram e que este ano seriam já muito reduzidos, 1,5% precisou. Joaquim Mourato diz que não percepciona este dado como um “sinal de estabilização”.

“O que está a ocorrer é para baixar o défice de 4% para 2,5%”. Mourato diz ainda que em muitas instituições os cortes nos orçamentos não são de 1,5% mas de 3,5%. “É mais um corte em cima de outros cortes”, remata.

Mais com menos foi possível, diz ministro
Nuno Crato durante a entrevista à RTP na quinta-feira considerou “extraordinário” é que apesar dos cortes os reitores conseguiram que “as universidades funcionassem melhor, que tivessem mais receitas próprias e projectos de investigação”.

“O nosso sistema de ensino resistiu a estes cortes e está melhor”, concluiu Nuno Crato.