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Saiba o que pode fazer o regulador à oferta do Grupo Mello

11 set, 2014

Antigo presidente da Autoridade Reguladora da Saúde considera que há um problema de concorrência na oferta aquisição do grupo Mello ao negócio da Espírito Santo Saúde.

Saiba o que pode fazer o regulador à oferta do Grupo Mello

Há três cenários possíveis para o futuro da Oferta Pública de Aquisição (OPA) que esta manhã a José Melo Saúde lançou às 18 unidades do grupo Espirito Santo. Quem o diz é o antigo presidente da Entidade Reguladora da Saúde, Álvaro Almeida.

Em declarações à Renascença, o especialista diz que a primeira hipótese é ser determinado pelos Reguladores que a oferta “não tem impacto sobre a concorrência e autoriza o negócio tal e qual está”.

Na segunda, pode autorizar mas exigir medidas de correctoras “que passa por alienar parte da actividade”.

Por fim, há ainda a possibilidade de a aquisição ser proibida “por considerar que o impacto no mercado seria demasiado prejudicial sem qualquer medida correctora”.

Álvaro Almeida explica ainda que este é “um negócio que implicará uma notificação à Autoridade Concorrência e implicará uma análise pela Entidade Reguladora da Saúde”.
“Estamos a falar dos dois maiores grupos privados da área da Saúde. Se se fundirem num só implicará uma concentração de mercado que terá de ser avaliado se põe ou não em causa a liberdade de escolha entre os operadores.

Em relação aos três cenários, Álvaro Almeida diz que “são possíveis”, mas opta pelo mais provável. “Acho difícil que se autorize a operação dos dois maiores grupos privados sem mais nada. Sem medidas correctoras”, sintetiza.

“Não representa um problema de concorrência"
O presidente da José de Mello Saúde, Salvador de Mello, disse esta quinta-feira estar convicto de que a Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada sobre a Espírito Santo Saúde "não representa um problema de concorrência".

De acordo com o responsável, a nova entidade que surgirá após a OPA terá um peso de 7 a 8% no mercado da prestação de cuidados de saúde.

"Estamos convictos de que esta operação não representa um problema de concorrência", afirmou Salvador de Mello, ressalvando no entanto que caberá a Autoridade da Concorrência avaliar sobre esta questão em conferência de imprensa.

O grupo José de Mello Saúde anunciou ter lançado uma Oferta Pública de Aquisição da Espírito Santo Saúde para concorrer com o grupo mexicano Ángeles, cujo investimento total poderá chegar aos 420 milhões de euros.

A oferta foi comunicada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e implica uma contrapartida de 4,40 euros por acção (mais 10 cêntimos por acção do que a oferta dos mexicanos da Ángeles), estando condicionada à aquisição de, pelo menos, 50,01% do capital do grupo dono do Hospital da Luz.