Emissão Renascença | Ouvir Online

DGS explica: ainda há trabalho a fazer na busca de uma cura para o ébola

22 ago, 2014

Os dois norte-americanos infectados com a febre hemorrágica já tiveram alta, mas isto não significa que se tenha encontrado a cura para a doença que já matou 1.350 pessoas.

DGS explica: ainda há trabalho a fazer na busca de uma cura para o ébola
A notícia de que um médico norte-americano se conseguiu curar do vírus ébola com a terapêutica experimental que está a ser testada em alguns pacientes não significa que se tenha encontrado a cura para a doença.

“Não podemos concluir que esta nova subsistência contribui para a cura, porque há ainda um trabalho a ser desenvolvido em termos científicos”, explica à Renascença a médica da Direcção Geral da Saúde Paula Vasconcelos.

“Enquanto os ensaios clínicos controlados não forem feitos, não conseguimos distinguir cientificamente qual o papel que tiveram estes dois tratamentos experimentais”, precisa. 

Paula Vasconcelos lembra que também um missionário espanhol tinha sido tratado com esta terapêutica experimental, mas acabou por morrer, pelo que há ainda muito caminho a percorrer na procura da cura desta doença.

O médico Kent Brantly esteve três semanas em isolamento num hospital em Atlanta, nos Estados Unidos, tendo recebido alta na quinta-feira, depois de ter sido submetido à terapêutica experimental.

O médico, de 33 anos, contraiu o vírus quando prestava assistência a pacientes na Libéria, um dos países que mais tem sofrido com esta epidemia. A terapêutica experimental salvou-lhe a vida e, neste caso, pode mesmo falar-se em cura.

“Pode dizer-se que este paciente está curado da infecção pelo vírus ébola, porque já não tem qualquer sintoma da fase aguda, uma vez que passou o período de recuperação de sintomas, independentemente dos cuidados e tratamentos que fez”, afirmou Paula Vasconcelos.

A missionária Nancy Writebol foi igualmente tratada com o medicamento experimental e também já recebeu alta.

O surto de ébola já matou 1.350 pessoas segundo a última actualização da Organização Mundial de Saúde.