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Enfermeiros e médicos do Algarve fazem greve de 24 horas a 22 de Agosto

14 ago, 2014

Esta será a primeira paralisação conjunta no Algarve que congregará enfermeiros, médicos e profissionais da função pública. Hospital de Santarém também terá greve.

Os sindicatos da saúde e da função pública do Algarve anunciaram esta quinta-feira a convocação de uma greve de 24 horas para o dia 22 de Agosto, que abrange todos os profissionais de saúde da região. No Hospital de Santarém, entre 19 e 22 de Agosto, também haverá uma paralisação, anunciou o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).

No Algarve, esta será a primeira paralisação conjunta que congregará enfermeiros, médicos e profissionais da função pública, nomeadamente, pessoal administrativo e auxiliares de acção médica, revelaram os representantes do SEP, do Sindicato dos Médicos da Zona Sul e do Sindicato da Função Pública do Sul.

Em conferência de imprensa, o coordenador regional do Algarve do SEP, Nuno Manjua, disse que, para além da greve, irá realizar-se no mesmo dia uma tribuna pública em defesa da saúde na região, às 17h00, frente à Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve.

Clínicos deixam serviços
De acordo com Margarida Agostinho, do Sindicato dos Médicos da Zona Sul, há muitos clínicos a abandonar os serviços por reforma ou reforma antecipada, devido às más condições de trabalho, que se traduzem sobretudo na falta de pessoal e de material, o que faz com que seja difícil manter as pessoas a trabalhar.

"Os médicos estão a sair por reformas, estão a pôr reformas antecipadas nos hospitais e nos centros de saúde, porque as condições de trabalho deterioraram-se muito", afirmou, questionando as vantagens da criação do Centro Hospitalar do Algarve (CHA), que fundiu os três hospitais da região no Verão passado.

Margarida Agostinho sublinhou que os serviços da unidade hospitalar de Portimão são os que mais têm sofrido com a fusão numa só entidade, o que é visível pela degradação do serviço de Ortopedia e a suspensão do serviço de Cardiologia, entre outros problemas que têm vindo a acentuar-se.

Escalas de 16 horas

Rosa Franco, do Sindicato da Função Pública do Sul, chamou a atenção para o importante papel desempenhado nas unidades de saúde pelo pessoal administrativo e auxiliar e apontou inúmeras falhas nos serviços, desde a recolha do lixo ao facto de alguns profissionais serem obrigados a fazer escalas de 16 horas.
 
A dirigente sindical apontou ainda como exemplo o facto de telefonistas que trabalham nos hospitais terem de fazer turnos, sozinhos, das 16h00 às 24h00, sem tempo para comer, por causa da falta de pessoal.

Em Santarém, também falta pessoal, disse à Lusa Guadalupe Simões, do SEP. Há 170 enfermeiros em falta naquele hospital, que "deveria ter um quadro com 570 profissionais".