30 jul, 2014
A Direcção-Geral de Saúde garante que Portugal está preparado para detectar e enfrentar um eventual caso de vírus de ébola, mas sublinha que o risco de importação e propagação é "muito baixo".
Portugal está preparado, tal "como os restantes países europeus, para detectar um eventual caso que possa ser importado", disse, esta quarta-feira, à agência Lusa a directora-adjunta da Direcção-Geral de Saúde (DGS). Graça Freitas já tinha dito à Renascença que o país tem um plano de contigência destinado aos profissionais de saúde.
A epidemia, surgida no início do ano, foi declarada primeiro na Guiné-Conacri, antes de se estender à Libéria e depois à Serra Leoa, dois países vizinhos que, a 23 de Julho, totalizavam 1.201 casos e 672 mortes, de acordo com o último balanço da Organização Mundial de Saúde.
"Neste momento estamos confortáveis com a situação, o risco de importação é muito baixo", adiantou Graça Freitas, referindo que "o risco de propagação é muito baixo nos países desenvolvidos".
O director de operações da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), Bart Janssens, avisou, entretanto, esta quarta-feira, numa entrevista publicada no jornal “Libre Belgique”, que a epidemia de ébola na África ocidental está a agravar-se e pode atingir outros países.
"Esta epidemia não tem precedentes, não está controlada, a situação agrava-se e ameaça estender-se ainda mais, sobretudo na Libéria e Serra Leoa, com focos muito importantes", declarou.
"Se a situação não melhora muito rapidamente, há um risco real de ver novos países atingidos", advertiu.
O vírus do ébola transmite-se por contacto directo com o sangue, com fluidos biológicos ou com tecidos de pessoas ou animais infectados.
A febre manifesta-se através de hemorragias, vómitos e diarreias. A taxa de mortalidade varia entre os 25 e 90% e não é conhecida vacina contra a doença.