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Ciência

Avaliação das unidades de investigação pode chegar ao Ministério Público

25 jul, 2014 • Cristina Nascimento

O Sindicato Nacional do Ensino Superior garante que há indicações de que as regras não foram cumpridas como estavam estabelecidas.

Avaliação das unidades de investigação pode chegar ao Ministério Público

O Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNEsup) está a ponderar a possibilidade de enviar o caso da avaliação das unidades de investigação científica para o Ministério Público.

Em declarações à Renascença, o dirigente sindical Romão Videira explica que o SNEsup está a analisar o processo, tendo sido detectados alguns problemas: "Tem a ver com o cumprimento das regras subjacentes aos concursos. Há algumas indicações que não foram cumpridas. Estamos a fazer uma análise jurídica do processo, juntar esses elementos e solicitar a quem de direito em Portugal que os analise, ou seja, o Ministério Público”.

O SNESup defende também a suspensão do processo de avaliação das unidades de investigação científica. O sindicato está a reunir assinaturas para subscrever uma carta aberta dirigida ao ministro da Ciência, Nuno Crato, a exigir a suspensão do processo e reavaliação das unidades.

No texto, o sindicato refere a existência de “comprovadas situações de prejuízo e falta de equilíbrio relativas ao processo de avaliação”, acrescentando que o processo criou uma “situação insustentável ao Sistema Científico Nacional”, com “graves implicações no futuro da investigação realizada no nosso país”.

“Esta acção de suspensão e reavaliação permite criar condições para um regresso a uma política de investimento em Investigação e Ciência, que merecia consenso a nível nacional e que foi fortemente abalado por um conjunto de decisões de grave impacto e que mereceram um repúdio generalizado”, remata a missiva.

O SNesup junta-se ao coro de críticas que se tem feito ouvir contra o processo liderado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e que colocou cerca de metade das unidades de investigação do país com financiamento reduzido.

Também em declarações à Renascença, o reitor da Universidade de Lisboa arrasou este processo, mostrando-se muito crítico para com a direcção da FCT e colocando em causa a qualidade da avaliação.

A Renascença procurou obter esclarecimentos junto da FTC e do Ministério da Ciência, mas, até agora, sem sucesso.