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Concessão do Hospital de Loures reavaliada em caso de venda da Espírito Santo Saúde

18 jul, 2014 • José Pedro Frazão

Ministro da Saúde avisa que as garantias dos privados vão ter que ser novamente verificadas. Paulo Macedo diz que o caso BES pode levar a grandes perdas dos accionistas.

Concessão do Hospital de Loures reavaliada em caso de venda da Espírito Santo Saúde

A concessão do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, pode ser reavaliada em caso de venda da Espírito Santo Saúde (ESS), afirma o ministro da Saúde, que foi o convidado especial  do programa Conselho de Directores da Renascença desta quinta-feira.

Paulo Macedo quer cumprir o acordado com a Espírito Santo Saúde mas, confrontado com a possibilidade de venda deste activo do Grupo Espírito Santo (GES), diz pretender duas coisas: "Que o contrato seja cumprido e que se houver uma transmissão (como na Parceria Público-Privada do Hospital de Cascais) seja cumprido pela nova entidade. E que a entidade adquirente e/ou a sua gestão sejam entidades idóneas."

"Se houver uma venda tem que se verificar designadamente que as garantias prestadas para a concessão inicial se mantêm para o Estado. Quando é atribuída a concessão é prestado um certo número de garantias. [É preciso ver] se essa nova entidade continua a prestar as mesmas garantias dadas na altura da concessão", alerta o ministro na primeira declaração que faz sobre o impacto da crise no GES na PPP de Loures.

A crise no universo Espírito Santo
Paulo Macedo, ex-administrador do Millenium BCP, comentou ainda a crise que atinge o Grupo Espírito Santo com forte impacto no BES.

Ressalvando conhecer apenas o que vem na imprensa, diz que "está a acontecer aquilo que já aconteceu com outros accionistas doutros bancos. Às vezes não fazemos as contas, mas houve bancos em que o accionista perdeu 90 e tantos por cento do seu investimento. Aquilo que terá que acontecer ao nível dos accionistas  - se os números que têm vindo a público se verificarem - é  que não passe para o banco".

O antigo administrador do BCP deixou ainda um alerta no programa Conselho de Directores da Renascença:" Os bancos têm que fazer o seu trabalho, mas também estão dependentes da evolução da economia portuguesa. Há que separar as questões de relação entre accionistas - que devem ficar muito claras e transparentes - da outra parte que é a ligação destes grandes bancos portugueses à evolução da economia portuguesa", remata.