Médicos mantêm greve. Bastonário critica "retórica mansa"

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) mantém a greve do próximo mês. Também em resposta ao ministro da Saúde, o bastonário diz que é tempo de acabar com a “retórica mansa”.

Maria Merlinde, dirigente da FNAM, considera que chegou o momento de "dar um murro na mesa", justificando a greve marcada para 8 e 9 de Julho com o facto de o Ministério da Saúde não cumprir com o acordado com os profissionais. 

A FNAM acusa o Governo de incumprimento e de apostar numa política de cortes que levou a uma degradação dos cuidados prestados e decréscimo da qualidade dos serviços de saúde.

Um outro ponto polémico que leva à convocação da greve é o código de ética que o Governo quer implementar e que tem merecido muitas críticas por limitar a liberdade de expressão.

O ministro da Saúde, Paulo Macedo, disse esta quarta-feira que vão ser eliminadas todas as dúvidas na versão final do código de ética.

Numa primeira reacção, o bastonário da Ordem dos Médicos diz que não bastam palavras e promessas. José Manuel Silva diz mesmo que é preciso acabar com “retóricas mansas”.

“Isso é um sinal positivo, mas dentro daquilo que são as preocupações  da Ordem dos Médicos com os doentes e com a qualidade da medicina portuguesa, esse é um de 56 pontos que apresentámos ao Ministério da Saúde. É preciso que nos restantes pontos que foram apresentados haja um assumir de compromissos por escrito, para que não estejamos eternamente a nada em retóricas mansas que nunca vêem resultados concretos”, afirma José Manuel Silva.

Para o bastonário, “é isto que tem acontecido em muitas circunstâncias e é também por isso que o país está na bancarrota, porque fala-se muito e faz-se pouco”.