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PSD e CDS recomendam disponibilização de cuidados paliativos pediátricos

28 mar, 2014

Por ano, seis mil crianças em Portugal necessitam de cuidados paliativos.

O CDS-PP e o PSD entregaram esta sexta-feira no Parlamento um diploma que recomenda ao Governo a disponibilização de cuidados paliativos pediátricos, com equipas diferenciadas e especializadas no Norte, Centro e Sul do país. 

A deputada do CDS-PP Isabel Galriça Neto explicou aos jornalistas que a intenção do diploma é "chamar a atenção" para a necessidade de se avançar nesta matéria, adiantando que, apesar de não serem situações muito frequentes, por ano seis mil crianças em Portugal necessitam de cuidados paliativos. 
 
"Há especificidades para as crianças, não é a mesma coisa prestar cuidados paliativos a adultos e a crianças e desde logo serem cuidados que são prestados num longo período de tempo, podem ser vários anos", sustentou, assinalando que "apenas um quarto das crianças que precisa de cuidados paliativos têm cancro".
 
Isabel Galriça Neto sublinhou que o impacto deste tipo de cuidados também "é elevadíssimo" nas famílias, em especial nos irmãos.  
 
Congratulando-se por o PSD se ter também juntado à iniciativa dos democratas-cristãos, a deputada do CDS-PP frisou que o que se pretende é "uma conjugação dos cuidados primários com os cuidados hospitalares, existindo equipas diferenciadas e especializadas no Norte, no Centro e no Sul". 
 
"Nem sequer é uma questão de multiplicação de recursos e que não venha o estafado argumento de que não há dinheiro, porque estas crianças hoje estão a ser tratadas em unidades de cuidados intensivos" que "oneram bastante o sistema de saída e não dão a melhor resposta", exclamou a deputada democrata-cristã.

Na cauda da Europa
No que se refere a cuidados para crianças com doenças crónicas complexas ou em fim de vida, Portugal é o país mais atrasado da Europa Ocidental. Está quase tudo por fazer na área dos cuidados paliativos pediátricos.

“Precisamos, realmente, de providenciar serviços para que estas crianças e famílias possam ser suportadas ao longo de todo o processo de doença. São doenças limitantes da qualidade e/ou da esperança de vida”, disse esta semana à Renascença a responsável pela unidade de cuidados paliativos pediátricos do IPO de Lisboa, Ana Lacerda.