Emissão Renascença | Ouvir Online

Ébola coloca autoridades de saúde em alerta

25 mar, 2014

Há um surto da doença na Guiné-Conacri onde já foram detectados 87 casos. A forma de contágio é complicada mas as autoridades de saúde recomendam cautela.

As administrações regionais de Saúde alertaram os serviços de medicina de viajantes e hospitalares para estarem atentos a uma possível entrada no país de casos suspeitos de ébola.

A informação é avançada pela agência Lusa que cita a subdirectora-geral de Saúde, Graça Freitas.

“Por precaução, ontem avisámos todas as administrações regionais de Saúde e as autoridades de saúde das regiões, incluindo as autónomas, para que informassem os nossos serviços quer de viajantes, quer os urgentes, para estarem atentos", explicou.

Os serviços de saúde da Libéria indicaram na segunda-feira a existência de seis casos suspeitos de ébola, que provocaram a morte a cinco pessoas. Já na Guiné Concacri foram detectados 87 casos.

A subdirectora-geral de saúde revelou que os serviços vão estar atentos a pessoas que cheguem de países em que foram registados casos da doença e à sintomatologia para que possa ser feito um diagnóstico.

A subdirectora-geral de Saúde adiantou ainda que já foi feita uma avaliação de risco internacional para impedir a deslocação de um número elevado de pessoas doentes e tomadas as medidas nacionais possíveis.

"As consultas de viajantes foram avisadas. Quem sai tem de saber que vai para uma zona onde há esse risco e que se transmite através do contacto com fluídos, como o sangue ou secreções de doentes", alertou.

De acordo com Graça Freitas, as pessoas que vão viajar para países onde existem focos devem tomar precauções no contacto com as populações locais e quando regressarem e, se tiverem sintomas nos dias a seguir, devem informar as autoridades para que possa ser feito diagnóstico e se evite o contágio.

"Os sintomas podem ser apenas de febre e mau estar, uma espécie de gripe que depois evolui para situações hemorrágicas e que podem confundidas com outras doenças e cuja taxa de mortalidade é elevada", adiantou.

Graça Freitas lembrou que a epidemia está a ocorrer na Guiné Conacri, apesar de haver um caso assinalado de uma pessoa que apresenta os sintomas de febre hemorrágica, que foi hospitalizada no Canadá depois de ter regressado da África Ocidental.

A responsável disse que o Centro Europeu de Controlo de Doenças fez uma avaliação do risco de exportação, que é considerado relativamente baixo.

"Estão a ser tomadas medidas de precaução pelas autoridades sanitárias dos países. Quando há uma epidemia deste tipo tomam-se mais medidas para quem sai do país do que para quem entra", explicou.

Graça Freitas realçou que o centro de controlo e doenças europeu avaliou os riscos com base na mobilidade das pessoas, da capacidade das pessoas de se moverem de um lado para o outro, e em função do modo de transmissão da doença.

“Felizmente, doenças como o ébola não são de contágio simples. Não se contagiam pelo ar, mas através do contacto com sangue ou secreções dos infectados. Assim, apesar de já ter acontecido no passado, o risco de exportação não é grande", disse.