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Infarmed nega ruptura de stock em mais de 700 medicamentos nas farmácias

24 mar, 2014

Problema tem vindo a agravar-se de mês para mês e centra-se nos remédios para doenças neurológicas, como Parkinson. Farmácias recomendam subida de preços para evitar ruptura.

O Infarmed não confirma que faltem nas farmácias portuguesas mais de 700 medicamentos. A Autoridade Nacional do Medicamento argumenta que os números foram fornecidos pela indústria farmacêutica e não foram auditados.

Os dados foram avançados esta segunda-feira pelo “Jornal de Notícias”. Quanto às quatro dezenas de medicamentos para os quais o jornal diz não existir alternativa, a Autoridade Nacional do Medicamento confirma que não há fármacos idênticos, mas responde que em 25 casos há outras terapêuticas disponíveis.

Em comunicado enviado esta segunda-feira às redacções, o Infarmed diz ainda que dois destes fármacos já estão de novo disponíveis nas farmácias, acrescenta que 13 dos medicamentos apontados são de uso exclusivamente hospitalar e termina com a admissão de que em três casos se mantém a ruptura de "stock" na venda ao público.

Farmácias sugerem aumento de preços para colmatar falhas
O problema tem vindo a agravar-se de mês para mês, segundo a notícia avançada esta segunda-feira, e centra o problema nos remédios para doenças neurológicas, como Parkinson.

Já esta manhã, em conferência de imprensa, o vice-presidente da Associação Nacional de Farmácias (ANF), Nuno Flora, deu conta de milhões de embalagens em falta nas farmácias.

O Ministério da Saúde coloca a responsabilidade na indústria farmacêutica. Contactado pela Renascença, o gabinete de Paulo Macedo argumenta que o problema está no baixo preço daqueles medicamentos e que, por isso mesmo, não interessam à indústria farmacêutica comercializar, por não darem lucro.

A mesma conclusão tira a ANF, com Nuno Flora a aconselhar a revisão, em alta, dos preços.

Segundo a associação, para o utente, a alternativa tem passado por os médicos ajustarem a terapêutica aos medicamentos existentes no mercado, ou então ficam em lista de espera após a encomenda na farmácia. Em caso de inexistência no mercado, resta a importação.