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Nova aplicação portuguesa contra ataques informáticos

27 jan, 2014

Iniciativa é da Comissão Nacional de Protecção de Dados. Aplicação vai permitir proteger o utilizador quando navega na Internet em cibercafés ou em redes que não são a da sua casa.

A Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD) vai disponibilizar, a partir de 11 de Fevereiro, um software para protecção de dados pessoais criado pelo Centro de Cibersegurança e Privacidade da Universidade do Porto.

Totalmente grátis e simples de utilizar. É assim a aplicação que a CNPD vai disponibilizar no seu site para evitar o roubo de dados pessoais em computadores ou redes públicas. Segundo Filipa Calvão, presidente desta comissão, é nestas condições que os dados dos utilizadores estão mais susceptíveis a ser roubados.

“Este software permite ao utilizador aceder à internet de forma mais segura, quando não estamos em casa, por exemplo em hotéis, cibercafés, portanto, onde geralmente há menos segurança da rede e é mais fácil ‘deixar’ informação pessoal, que depois pode ser utilizada por terceiros”, explica Filipa Calvão em declarações à Renascença.

O utilizador deve fazer o download da aplicação no site da Comissão para uma pen, que depois deve ligar ao computador, protegendo assim toda a sua informação como passwords, e-mails e contactos.

Filipa Calvão diz também à Renascença que “é natural que o mundo científico e as universidades apostem nesta área”, pois no mundo em que vivemos a segurança dos cidadãos é cada vez mais importante.

No âmbito das comemorações do seu 20º aniversário e da 7ª edição do Dia Europeu da Protecção de Dados, a CNPD realizou esta segunda-feira uma sessão para demonstrar os ataques informáticos que podem ser alvo os utilizadores de telemóveis com aplicações Android e computadores ligados a redes wi-fi públicas, como em cibercafés e aeroportos.

Luís Antunes, director do Centro de Cibersegurança e Privacidade da Universidade do Porto, sublinhou que, a 11 de Fevereiro, os utilizadores vão poder descarregar uma primeira versão de uma pen com algumas aplicações que "permitem navegar de forma anónima na internet".
 
"Será um kit básico de sobrevivência", disse Luís Antunes, esclarecendo que esta aplicação apenas dá para computadores.

Chegam regularmente queixas à Comissão Nacional de Protecção de Dados sobre abusos cometidos através da Internet que põem em causa a privacidade da informação pessoal, refere Filipa Calvão.
 
A CNPD averigua quando há prova, aplicando uma coima caso se prove que houve abuso da informação. No entanto, a maior parte das vezes não é guardada a prova por parte dos cidadãos que se queixam. 
 
Filipa Calvão considera que a legislação é suficiente, mas "as pessoas é que não estão verdadeiramente alertadas para esses problemas e não sabem como proceder quando são objecto desses ataques".

[notícia actualizada às 00h48]