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ARS de Lisboa admite "problema preocupante" com colonoscopias na região

08 jan, 2014

Administração regional de Saúde admite falta de médicos para realizar este tipo de exames. Solução pode passar por recorrer a entidades sociais e privadas.

A administração regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS-LVT) admitiu esta quarta-feira que há um "problema preocupante" com a capacidade de resposta para realizar colonoscopias na região, tanto no sector público como no privado.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da ARS-LVT, Cunha Ribeiro, disse pretender ter, dentro de duas ou três semanas, uma estratégia definida para responder à dificuldade de realização destes exames, que servem de diagnóstico ao cancro colo-rectal.

As soluções que vierem a ser encontradas devem passar, segundo o responsável, pela "maximização da capacidade instalada nos hospitais públicos" e pelo recurso a entidades sociais e privadas, uma vez que o sector público não conseguirá ser suficiente. Sobre a dificuldade de realização de colonoscopias nos privados com convenção com o Estado, Cunha Ribeiro disse que o assunto também está a ser analisado, mas sem adiantar mais pormenores.

O presidente da ARS lembrou ainda que o número de especialistas na região para realizar as colonoscopias é "insuficiente para as necessidades", um problema que não será possível resolver a curto prazo.

Sobre o caso da doente que esperou dois anos para fazer uma colonoscopia, Cunha Ribeiro declarou que irá examinar o relatório que o hospital em causa, o Amadora-Sintra, vai realizar.

O caso faz manchete na edição de hoje do jornal “Diário de Notícias”, segundo o qual uma doente com cerca de 60 anos descobriu um cancro em estado grave depois de dois anos à espera de um exame. Segundo o jornal, a doente fez o rastreio ao cancro colo-rectal e a análise foi positiva, tendo sido de imediato encaminhada para o hospital Amadora-Sintra, mas sendo chamada para consulta apenas um ano depois.

A colonoscopia, fundamental para confirmar o diagnóstico de cancro, demorou mais um ano a ser feita. A doente descobriu então ter um cancro em estado avançado, que é inoperável, encontrando-se a fazer quimioterapia para reduzir o tumor.

A Inspecção-geral das Actividades em Saúde vai abrir um processo de averiguações. O Ministério da Saúde, por seu lado, considerou a situação "intolerável" e "lamenta profundamente" o que aconteceu à paciente.

Em Portugal há cerca de sete mil casos de cancro do intestino por ano e, em média, morrem 11 pessoas por dia com a doença.

PCP quer que ministro da Saúde vá ao Parlamento
O PCP quer ouvir no Parlamento o ministro da Saúde sobre o caso conhecido esta quarta-feira de uma doente que esperou dois anos por uma colonoscopia e quando o exame fim realizado já era tarde demais.

João Oliveira, líder parlamentar comunista, anunciou a apresentação de um requerimento para a ida de Paulo Macedo à Assembleia.