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Governo critica "pressão" para a introdução de medicamentos inovadores

16 dez, 2013

Bastonário da Ordem dos Médicos diz que há doentes com hepatite C "a serem condenados à morte" por ainda não ter sido autorizada a comparticipação de novos medicamentos para combater a doença.

O ministro da Saúde critica uma "sistemática pressão" sobre o Estado para a introdução de novos medicamentos, afirmando que só este ano vão ser gastos cerca de "90 milhões de euros em medicamentos inovadores".

No Porto, à margem de uma cerimónia oficial, Paulo Macedo afirmou que "só este ano foram introduzidos 70 medicamentos inovadores" e que o Estado está em negociações.

"A questão que vejo sempre ser referida é sempre do lado do Estado, [isto] quando estamos em negociações [com a indústria farmacêutica]", disse, acrescentando que "isto é sistematicamente uma pressão sobre o lado do Estado, para o Estado introduzir a qualquer preço e sem discutir [um medicamento inovador], que é o que o Estado faz ao longo dos anos".

Referindo que o que está em causa nesta questão é a discussão relativa à "margem de lucro que [a indústria farmacêutica quer] e o que o Estado pode pagar", afirmou também o governante.

Paulo Macedo considera que as questões devem igualmente ser colocadas às farmacêuticas. "Sobre os medicamentos, gostava que, uma vez que fosse, a imprensa e os media perguntassem à indústria se de facto aqui as suas margens também não deviam ser adequadas à situação do país", frisou.

Em entrevista ao jornal “i”, publicada esta segunda-feira, o bastonário da Ordem dos Médicos diz haver doentes com hepatite C "a serem condenados à morte" por ainda não ter sido autorizada a comparticipação de novos medicamentos para combater a doença.