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Hospitais recebem a cada meia hora uma vítima de AVC

26 set, 2013

Doenças cérebro-cardiovasculares continuam a ser as que mais matam em Portugal, à semelhança do que se passa em todos os países europeus.

Hospitais recebem a cada meia hora uma vítima de AVC
A cada meia hora dá entrada num hospital português uma vítima de AVC, doença que mata mais em Portugal do que as doenças cardíacas, o que contraria a tendência dos outros países europeus e intriga as autoridades de saúde.

Os dados constam do relatório "Portugal, Doenças Cérebro-Cardiovasculares em números - 2013", da Direcção-Geral da Saúde, a ser apresentado esta quinta-feira. O estudo, elaborado no âmbito do Programa Nacional para as Doenças Cérebro-Cardiovasculares, revela que em Portugal a mortalidade por doenças do aparelho circulatório (doenças cardiovasculares e doenças cerebrovasculares) está em redução progressiva nas últimas duas décadas.

Esta tendência é oposta à mortalidade por doenças oncológicas, a qual tem vindo a aumentar: nos últimos 23 anos a percentagem de óbitos devido a tumores (no total de causas de morte em Portugal) subiu de cerca de 17% para 25%, ao passo que a mesma percentagem relativa às doenças do aparelho circulatório desceu dos 45% para os 30%.

Ainda assim, as doenças cérebro-cardiovasculares continuam a ser as que mais matam em Portugal, à semelhança do que se passa em todos os países europeus.

Contudo, dentro deste grupo de doenças, a taxa de mortalidade por doenças cerebrovasculares (que inclui os acidentes vasculares cerebrais) é superior à das doenças isquémicas do coração (incluindo o enfarte agudo do miocárdio).

Quanto à taxa de mortalidade por doenças cardiovasculares, verificou-se uma redução de 22,4% entre 2007 e 2011, o que as autoridades de saúde consideram ser uma redução "substancial".

Este decréscimo é mais acentuado na população com mais de 70 anos (assim como no que se refere às doenças cerebrovasculares), apesar de a redução de mortalidade prematura (antes daquela idade) também traduzir ganhos "da maior relevância" em termos de "anos potenciais de vida perdidos".

A progressiva redução das taxas de mortalidade por doenças circulatórias deve-se às medidas de prevenção adoptadas, à melhoria do diagnóstico e correcção dos factores de risco e os avanços no tratamento decorrentes de novos fármacos e das melhores repostas de emergência, designadamente com as chamadas vias verdes coronária e do AVC.