26 set, 2013
A associação de defesa do consumidor Deco alerta para a existência de alguns ambientadores domésticos que emitem substâncias nocivas para a saúde. A associação exige a retirada do mercado de quatro marcas de incensos e cinco de óleos essenciais para queimar.
Numa informação divulgada esta quinta-feira, baseada num estudo publicado na edição de Outubro/Novembro da Teste Saúde e que analisou 18 ambientadores, é salientado que aquelas substâncias são "inaceitáveis em produtos de uso doméstico" e contribuem para a má qualidade do ar de casa.
"A Teste Saúde enviou para laboratório várias marcas de velas, incensos e óleos essenciais para queimar e concluiu que a maioria dos incensos e óleos essenciais liberta compostos tóxicos ou nocivos para a saúde, aproveitando a falta de legislação para estes produtos", explica a Deco.
A maior preocupação relaciona-se com os incensos das marcas Devineau, Gato Preto, Jacob Hooy e Natura, por conterem benzeno e formaldeído, duas substâncias reconhecidas pelos seus efeitos cancerígenos.
"Um só pau de incenso pode emanar benzeno em quantidade equivalente à de cinco cigarros", revela a publicação.
Nos óleos essenciais, a situação não é melhor e as marcas a evitar, segundo a associação de defesa do consumidor, são a Cardiff, a Claremont & May Duft, a Gato Preto, a Jacob Hooy e a Natura, pois libertam níveis de formaldeído que prejudicam a qualidade do ar interior, tendo em conta os valores de referência propostos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Agência de Protecção Ambiental dos Estados Unidos.
Entre os ingredientes dos incensos e dos óleos essenciais estão substâncias alergénicas, que potenciam crises de asma ou reacções alérgicas, e compostos orgânicos voláteis, responsáveis por irritações na pele, nos olhos e nas vias respiratórias, enxaquecas, cansaço, náuseas e fadiga.
Quanto às velas analisadas pela Teste Saúde, não apresentam perigo para a saúde, mas não deixam de ser alvo de reparos já que "a maioria emite partículas finas PM2,5, que permanecem no ar durante longos períodos e podem ser inaladas, alojando-se nas zonas profundas dos pulmões".
O estudo também foi realizado em Espanha, Bélgica e Itália, onde as respectivas associações de defesa dos consumidores estão a desenvolver esforços junto da Comissão Europeia para criar um regulamento europeu e um sistema de fiscalização para estes produtos.
A venda de ambientadores, seja velas, difusores, óleos essenciais ou incensos para queimar, tem aumentado, principalmente na Europa e, "ao contrário das mensagens publicitárias", mais do que purificar o ar, camuflar odores ou dar um cheiro agradável, "contribuem para a má qualidade do ar interior".
A Comissão Europeia criou uma lista de 26 fragrâncias especialmente alergénicas, as quais devem ser referidas no rótulo dos cosméticos e detergentes que as incorporam, uma medida de segurança que a Deco defende também deveria ser aplicada aos ambientadores.