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Dieta mediterrânica pode reduzir risco de depressão até metade

24 set, 2013

Até Agosto, os portugueses compraram em média, por dia, mais de 75 mil embalagens de antidepressivos, estabilizadores de humor, tranquilizantes, hipnóticos e sedativos, revela a consultora IMS Health.

Além de proteger das doenças cardiovasculares, a dieta mediterrânica pode reduzir o risco de depressão entre 40% e 50%, indica um estudo publicado esta terça-feira na revista “BMC Medicine”.

"Dieta, uma nova forma de prevenir a depressão" é o nome do artigo que revela as conclusões da investigação dirigida pelo médico Miguel Ángel Martínez-González, membro da Sociedade Espanhola para o Estudo da Obesidade (SEEDO).

“A dieta mediterrânica pode ter um papel decisivo na prevenção da depressão", o que "abre um caminho importante em termos de conhecimento para antecipar aquele grave problema de saúde pública", defende o especialista.

A SEEDO assinala ainda que a obesidade tem uma "relação perigosa" com a depressão, estando demonstrado que o excesso de peso está associado a um maior risco de quadros depressivos, que levam, por seu turno, a uma maior probabilidade de desenvolver obesidade.

Nos obesos, o risco de ter depressão é 55% maior e aumenta 58% entre os que sofrem de depressão.

A sociedade científica destaca, por isso, o papel chave da nutrição na prevenção primária da depressão.

A dieta mediterrânica é referida como a mais recomendável, enquanto o consumo de ácidos trans, comida rápida e de produtos industriais de padaria estão associados a um maior risco de depressão. Pelo contrário, o consumo de ácidos gordos ómega-3 (presente em determinados peixes) e o azeite mostram uma associação inversa.

Dos 10.000 participantes na investigação, entre os que mais cumpriam o modelo alimentar tradicional do sul da Europa a incidência da depressão após quatro anos de seguimento era consideravelmente menor que nos restantes.


Portugueses compraram 75 mil embalagens de psicotrópicos até Agosto
Nos primeiros oito meses do ano, os portugueses compraram em média, por dia, mais de 75 mil embalagens de antidepressivos, estabilizadores de humor, tranquilizantes, hipnóticos e sedativos. Trata-se de um aumento de 1,9% face ao mesmo período do 2012, revelam dados da consultora IMS Health.

No total, entre Janeiro e Agosto, foram vendidas 18 milhões de embalagens destes medicamentos. Ainda assim, os custos para o Estado e para o utente diminuíram.

“Os custos do Estado e do utente, por defeito, consideram que todos os medicamentos comparticipados são vendidos mediante receita médica e, por isso, a comparticipação é aplicada. Contudo, na realidade isto nem sempre acontece", explica a IMS Health.

"Por outro lado, também não detectamos os casos de regime especial de comparticipação, onde os níveis de ajuda por parte do Estado são mais elevados", acrescenta.

A Associação Europeia da Depressão, que promove o Dia Europeu da Depressão, escolheu como tema deste ano para a efeméride "Recessão económica e depressão no trabalho".