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Portugal recua e aceita fosfatos no bacalhau

04 jul, 2013 • Daniel Rosário, em Bruxelas

Os fosfatos servem para preservar a cor branca do peixe e Portugal foi, no último ano, o principal adversário da medida, por considerar que ameaçava a salga tradicional e que havia riscos para os consumidores.

A União Europeia deu luz verde à utilização de fosfatos na salga do bacalhau e Portugal votou a favor da decisão, no que representa uma aparente reviravolta em relação à posição defendida antes.

O assunto foi discutido e aprovado com discrição na segunda-feira, na reunião do Comité Permanente da Cadeia Alimentar e Saúde Animal e, ao que a Renascença apurou, apenas os representantes de França e da Croácia votaram contra a decisão.

Para surpresa geral, o representante português votou a favor.

A utilização de fosfatos foi solicitada pelos países produtores para preservar a cor branca do peixe. A posição foi apoiada pela Comissão Europeia, com o argumento de que a adição dos elementos não representa qualquer risco para a saúde humana.

Mas Portugal foi, durante o último ano, o grande adversário da medida, por considerar que ameaça a salga tradicional e que a existência de riscos para os consumidores não pode ser totalmente descartada.

A posição de Lisboa obrigou ao sucessivo adiamento da discussão.

A decisão agora adoptada obriga a que o uso de fosfatos seja indicado no rótulo. Da mesma forma, os produtores que continuem a optar pela salga tradicional podem salientar essa informação no rótulo do produto.

Caberá agora aos consumidores e aos importadores portugueses escolher que produto preferem.

O bacalhau com fosfatos vai começar a ser produzido a partir de 1 de Janeiro de 2014.