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Trinta anos da SIDA em Portugal assinalados com campanha de prevenção

19 jun, 2013 • Anabela Góis

Director do programa nacional para a infecção VIH/SIDA, António Diniz, indica que aumentaram os casos de infecção entre os mais velhos e defende que todos os portugueses devem fazer o teste pelo menos uma vez na vida.

Trinta anos da SIDA em Portugal assinalados com campanha de prevenção

O primeiro diagnóstico de VIH/SIDA em Portugal foi feito há precisamente 30 anos. A Direcção-geral de Saúde quer assinalar a data com um novo e decisivo impulso para o controlo da doença e lança esta quarta-feira uma campanha que visa aumentar a prevenção e o diagnóstico precoce da infecção.

Há acções previstas para a população em geral e para os mais vulneráveis, para quem vive com a infecção ou está ligado ao problema e para os profissionais de saúde.

“Nessa campanha há um conjunto de actividades que abrangem diferentes aspectos da vida da sociedade portuguesa, tendo como objectivo promover a prevenção e fazer o diagnóstico precoce da infecção”, diz à Renascença o director do programa nacional para a infecção VIH/SIDA.

António Diniz admite que são muitas as falhas a corrigir, e informar não chega. “Os resultados apontam para que as pessoas estejam mais informadas; muitas vezes o facto de se ter mais informação não significa que isso corresponda sempre a que mudem os seus comportamentos.”

Apesar de o número de casos estar a diminuir em Portugal, aumentaram entre os homossexuais. É uma situação que vai ter de ser investigada, diz António Diniz, e “primeiro que tudo, perceber porque é que isso se está a verificar nesse conjunto específico de cidadãos”.

Outro dado curioso sobre o VIH/SIDA em Portugal é que estão a aumentar os casos entre os mais velhos, mas quando a transmissão acontece por via sexual, são os mais novos os mais afectados. 

“Existe um aumento da idade média das pessoas que são infectadas pelo VIH. Isto é verdade nos indivíduos cuja via de transmissão foi heterossexual e é verdade nos indivíduos que são utilizadores de drogas”, indica António Diniz. “Não é verdade nos indivíduos cuja via de transmissão foi via sexual. Nos últimos anos, o que se nota é que essa infecção tem ocorrido em grupos etários mais jovens.”

E porque a identificação precoce da doença é meio caminho para que ela não se propague, o Ministério da Saúde vai disponibilizar “kits” de detecção rápida em todos os centros de saúde do país, anunciou António Diniz, durante a apresentação da campanha “VIH/SIDA em Portugal - 30 anos: reflectir e agir”.

“Nessa altura contamos já ter muitos centros de saúde em Portugal a poderem disponibilizar o teste rápido para diagnóstico precoce do VIH.”

“Sobre a mesa está uma proposta de indicação para que todas as pessoas em Portugal desde os 18 aos 65 anos façam pelo menos uma vez na vida o teste do VIH/SIDA. Isto também é a promoção do diagnóstico precoce. É mau uma pessoa estar infectada, é péssimo uma pessoa estar infectada e não o saber”, frisa ainda o responsável.