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Hélia Correia vence Prémio Correntes d'Escritas

21 fev, 2013 • Maria João Costa

A escritora e poeta é a galardoada da edição deste ano do Prémio Casino da Póvoa ,atribuído no âmbito do encontro de escritores de expressão ibérica, Correntes d'Escritas.

Hélia Correia vence Prémio Correntes d

O livro de poesia "A Terceira Miséria" (2012) de Hélia Correia foi a obra galardoada com o Prémio Casino da Póvoa, atribuído na  décima quarta edição do Festival Correntes d'Escritas organizado pela câmara da Póvoa de Varzim. 

O júri, constituído pelos escritores Almeida Faria, Helena Vasconcelos, Patricia Reis e pelos críticos literários e jornalistas José Mário Silva e Carlos Vaz Marques, escolheu a obra de Hélia Correia por considerar "A Terceira Miséria" um livro que "mais do que um conjunto de poemas, é um longo poema construído a partir da matriz clássica europeia para reflectir sobre questões fundamentais do Ocidente".

A escritora espera que o prémio sirva para pôr as pessoas a pensar. “Será mais um convite ao pensamento, um convite à filosofia, um convite a que nos desafiemos a tomarmos outra vez as palavras no seu sentido original, na sua pureza”.

O livro de poesia "A Terceira Miséria" foi a escolha unânime do júri, uma obra que segundo a autora presta uma homenagem à civilização grega: “Tudo era feito à medida do homem, e pelo homem e o homem tinha consciência disso. Depois perdemos essa noção. O monstro chama-se economia, mas eu não gosto [de dizer isso], até porque ‘economia’ é uma linda palavra grega, que significa, a lei da casa, a governação harmoniosa da casa. A nossa economia não tem nada a ver com isso.”

Hélia Correia, nascida em Fevereiro de 1949, é licenciada em Filologia Românica e professora de Português do ensino secundário, tendo também feito um curso de Pós-graduação em Teatro Clássico.

A poeta, escritora e tradutora venceu também recentemente o Prémio Vergílio Ferreira atribuído pela Universidade de Évora.

Além da dedicação à escrita nas áreas da ficção, poesia e teatro, Hélia Correia também fez diversas traduções.

A escritora recebeu o Prémio PEN Club 2001, atribuído a obras de ficção, pelo romance "Lillias Fraser", e, em 2006, o Prémio Máxima de Literatura, pela obra "Bastardia".

Estreou-se na literatura com a publicação de "O Separar das Águas", em 1981, a que se seguiram, de imediato, "O Número dos Vivos", em 1982, e "Montedemo", em 1983.

"Villa Celeste", "Soma", "A Fenda Erótica", "A Casa Eterna", "Insânia" são outras obras de ficção assinadas pela escritora.

Na poesia, destaca-se "A Pequena Morte/Esse Eterno Conto" e, no teatro, além da adaptação de "Montedemo", que viria a ser encenada pelo grupo O Bando, contam-se "Perdição, exercício sobre Antígona" e "O Rancor, exercício sobre Helena", levadas à cena peça Comuna, além de "Florbela", representada pelo grupo Maizum.

Para a infância, Hélia Correia escreveu "A Luz de Newton", uma história das cores.