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Feira do Livro do Porto pode estar em risco

05 fev, 2013 • Maria João Costa

Câmara corta apoio de 75 mil euros e apenas garante o espaço da Avenida dos Aliados e algumas isenções camarárias. Associação de Editores procura financiamento alternativo.

Feira do Livro do Porto pode estar em risco

São cada vez mais os factores que poderão levar a cidade do Porto este ano a ficar sem a tradicional Feira do Livro. Depois do autarca Rui Rio ter informado a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) de que não tinha condições para manter o apoio financeiro de 75 mil euros, há editores que consideram insustentável deslocarem-se à “Invicta”.
               
Ao que a Renascença apurou, há editores que consideram que com mais custos não compensa deslocarem-se ao Porto. No entanto, a APEL ainda não desistiu de tentar realizar a feira este ano e o caso ainda não está encerrado. Fonte da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros garante que ainda decorrem conversações.

Depois do presidente da Câmara do Porto ter dito que se ia debruçar sobre o assunto, a APEL mantém aberta a hipótese de fazer a Feira do Livro na cidade.
               
Depois de ter expirado no ano passado o acordo entre a autarquia do Porto e a APEL, o autarca Rui Rio comunicou aos editores a impossibilidade de manter o apoio de 75 mil euros à feira.

Sem essa verba, os editores procuram agora uma solução. A Câmara apenas garante o espaço da Avenida dos Aliados e algumas isenções camarárias.

Fonte da APEL garantiu à Renascença que a solução pode passar pela procura de patrocinadores ou outro tipo de apoio financeiro, mas o ideal é encontrar uma solução duradoura, ou seja, um apoio que permita não só realizar a feira este ano, como nos próximos anos.

A verdade é que se para alguns editores a Feira do Livro é o único momento comercial, para outros contactados pela Renascença a deslocação ao Porto é insustentável se houver mais custos. Perante a hipótese de este ano não haver Feira na cidade do Porto, alguns editores mostram-se mesmo aliviados.

Mas há quem não tenha desistido. Fonte de um dos grandes grupos editoriais portugueses diz que ainda acredita que a Feira se realize.

Certo é que a Feira do Porto, a ter lugar, só poderá acontecer depois do São João ou seja, mais tarde do que o habitual. É que a feira do livro de Lisboa alterou as datas. Será este ano entre 23 de Maio e 10 de Junho. Só depois disso os pavilhões da feira serão desmanchados e levados para o porto, processo que leva normalmente uma semana, o que coincide com as festividades dos santos populares na “Invicta”. Assim sendo, a feira só deverá acontecer mais tarde.

Mas para isso é precise que o autarca Rui Rio dê luz verde à realização da feira que em ano de eleições autárquicas parece assim estar em risco.

Resta saber como reagirão os agentes culturais da cidade do Porto.