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Teatro da Cornucópia resiste à crise e apresenta programação

05 jan, 2013

"O nome de Deus", um ciclo de leituras encenadas de textos de Pier Paolo Pasolini e Paul Claudel, abre a temporada.

A companhia Teatro da Cornucópia, que celebra 40 anos de existência em 2013, revelou a nova programação, "apesar das dificuldades que tem enfrentado", e anunciou que irá disponibilizar a sala, em Lisboa, "a projectos pontuais". 
 
A programação para 2013 arranca no dia 19, com "O nome de Deus", um ciclo de leituras encenadas de textos de Pier Paolo Pasolini e Paul Claudel, por Luís Miguel Cintra, actor, encenador e fundador do Teatro da Cornucópia.
 
Este ciclo prepara e antecede a estreia da peça para quatro actores "O estado do bosque", do poeta José Tolentino Mendonça, marcada para 7 de Fevereiro. 
 
No texto que apresenta a nova programação, o Teatro da Cornucópia alerta que o cenário de dificuldades financeiras se deverá manter em 2013, e que terá de procurar financiamentos alternativos, mesmo que consiga obter apoio nos novos concursos da Direcção-Geral das Artes (DGArtes). 
 
Mediante o resultado desses concursos públicos, o Teatro da Cornucópia anunciou que vai ceder a sala "a vários projectos pontuais", "consciente das dificuldades que os criadores mais novos terão de enfrentar para a apresentação dos seus trabalhos". 
 
Em Março, a companhia teatral ruma ao Porto, para apresentar, durante duas semanas, no Teatro Nacional São João, a peça "Os desastres do amor", a partir de textos de Marivaux, e que disse ter esgotado quase todas as sessões em Lisboa.    
 
"A mais importante produção do ano" para a Cornucópia fica guardada para 23 de Maio - "quando já forem conhecidos os resultados do concurso [da DGArtes]" - refere a estrutura: "Ai amor sem pés nem cabeça", colagem de vários textos de teatro de cordel setecentista. 
 
A terceira estreia da temporada de 2013 desta companhia fica marcada para Novembro, com "4 Ad Hoc", quatro peças curtas do dramaturgo francês Eugène Labiche, do século XIX. 
 
Todas as peças da programação serão encenadas por Luís Miguel Cintra, que fundou o Teatro da Cornucópia em 1973, em conjunto com Jorge Silva Melo, estreando nesse ano a peça "O misantropo", de Molière, iniciando assim a construção de um repertório dramatúrgico que inclui textos clássicos e contemporâneos.

Numa entrevista à Renascença no início do mês de Novembro, Luís Miguel Cintra tinha admitido a possibilidade de dissolver a companhia do Teatro da Cornucópia a partir de Janeiro de 2013.