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Especialistas vão tratar das "doenças" da Igreja dos Jerónimos

22 jan, 2015

As pedras de Lioz, usadas para construir o monumento há quase 500 anos, estão a ser tratadas para evitar a degradação do monumento, devido à humidade e à poluição.

Especialistas vão tratar das "doenças" da Igreja dos Jerónimos
Uma equipa de especialistas em conservação e restauro do património vai tratar das "doenças" da igreja dos Jerónimos até 2022, data em que o monumento mais visitado do país, com 2,5 milhões de entradas anuais, celebra 500 anos.

No local, e após terem sido realizados estudos de investigação, os especialistas estão a tratar as patologias das pedras de Lioz usadas para construir o monumento há quase 500 anos, uma obra da responsabilidade de João de Castilho (1470-1552) que dirigiu a empreitada entre 1517 e 1522.

Foram definidas estratégias e metodologias de intervenção para tratar a degradação do monumento, um problema "recorrente" desde o século XIX, sobretudo devido à humidade e à poluição.

A intervenção – em curso desde 2013 – foi esta quinta-feira apresentada pelos responsáveis da Direcção-Geral do Património (DGPC) e da World Monuments Fund Portugal (WMF Portugal), que apoia o projecto científica e financeiramente.

"É um projecto de grande importância porque é fundamental a prevenção e a recuperação do património do país", sublinhou o director-geral do Património, Nuno Vassallo e Silva, antes da visita às abóbadas que estão a ser intervencionadas.

De acordo com o arquitecto Delgado Rodrigues, da Comissão Científica da WMF, a última grande intervenção na igreja dos Jerónimos data dos anos 1960.

Depois de fazerem uma profunda limpeza dos vários tipos de pedra de Lioz, os especialistas tratam fissuras, fracturas e desprendimento de fragmentos, num trabalho moroso que já foi terminado numa das abóbadas, na Sala da Torre Sineira e na nave da igreja.

Projecto "urgente"
Questionado pela Lusa sobre se as várias fases das obras de restauro vão implicar o encerramento total ou parcial da igreja nalgum momento, o arquitecto respondeu que "não será necessário".

O Plano de Conservação e Restauro das Abóbadas da Igreja do Mosteiro dos Jerónimos começou em 2012 e está estimado num total de dois milhões de euros, segundo a tutela, que considera o projecto "urgente".

A igreja dos Jerónimos, com entrada livre, é o monumento mais visitado do país, com 2,5 milhões de entradas anuais, calculados pela DGCP com base nas entradas nos claustros (pagas), que em 2014 ascenderam a 807.845 visitantes.