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Quando a paralisia cerebral não impede o sucesso profissional

20 out, 2014 • Maria João Costa

Um livro reúne a história de cinco portugueses, entre os 20 mil que sofrem de paralisia cerebral, que são protagonistas de casos de empreendedorismo social e profissional.

Mais de 20 mil portugueses sofrem de paralisia cerebral. Cerca de 40% das pessoas afectadas pelo problema têm uma inteligência considerada normal e muitos têm ocupações profissionais válidas e úteis.

No Dia Nacional da Paralisia Cerebral, que se assinala esta segunda-feira, a Casa da Música no Porto acolhe o lançamento de um livro que relata cinco casos de jovens com paralisia cerebral que são exemplo de empreendedorismo.

Cinco protagonistas, cinco histórias de empreendedorismo social e profissional relatadas em "Por Acaso", um livro que reúne casos de jovens portugueses com paralisia cerebral.

A jornalista Fátima Araújo propôs-se, em forma de reportagem, a contar vidas como a do Rui, “um bailarino com paralisia cerebral que a primeira escola de dança inclusiva em Portugal que junta bailarinos com paralisia cerebral e bailarinos profissionais que actuam em palco em comum”.

Ou o caso do José Pedro, que “está a desenvolver uma aplicação informática para pessoas que, não podendo usar as mãos, possam usar tablets, telemóveis e computadores através do olhar”, conta à Renascença Fátima Araújo

É destes e outros exemplos que faz o livro que quer desconstruir estereótipos sobre a paralisia cerebral.

“O título é escolhido com esse intuito: todos nós somos fruto de algum acaso, seja ele mais ou menos feliz, mas não tem de ser a contingência que determinou o momento da nossa nascença a determinar ou condicionar aquilo que somos e o que somos capazes de fazer”.

O livro “Por Acaso” é apresentado na Casa da Música no Porto pelo neurocirurgião João Lobo Antunes. As receitas da venda revertem a favor da Associação do Porto de Paralisia Cerebral.