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A justiça é cega mas não é surda: estes Citius "rockam"

17 set, 2014

Há o Citius, a plataforma informática mais conhecida do momento. E há os Citius do Costume, banda que junta advogados, um procurador e um oficial de justiça.

A justiça é cega mas não é surda: estes Citius "rockam"
Por que é que se juntam três advogados, um procurador e um oficial de justiça? Não, não é uma anedota do meio judicial. É rock: apresentamos os Citius do Costume.

O objectivo: ajudar a "esquecer" os problemas de outro Citius, disse à Lusa Mapril Bernardes, um dos elementos do grupo e presidente da delegação de Leiria da Ordem dos Advogados.

A banda formou-se há quatro anos quando, certo dia, os três advogados estavam a almoçar e viram Rui Martins, oficial de justiça no Tribunal de Leiria, a passar com uma guitarra às costas. "Perguntámos-lhe se tocava e desafiámo-lo a aparecer nos nossos ensaios", conta Mapril.

O mesmo sucedeu com o procurador Carlos Andrade Batista, o homem da bateria.

O equipamento foi adquirido numa venda... judicial. "Decidimos dar-lhe uso e começámos a brincar", conta. 

Trabalho e conhaque
O nome do grupo, que faz versões de "Sultans of Swing" e "Wish You Were Here" (há provas no YouTube), foi dado por Rui Martins. "Paralelos do Ritmo" foi outra opção para designar a banda "porque por mais que toquem nunca se encontram".

Em tribunal, Carlos Andrade Batista acusa os arguidos. Mapril Bernardes, Helder Gonçalves e Belmiro Fontes defendem-nos. Rui Martins assiste-os.

"Sabemos as diferenças e deixamos tudo nos tribunais. Quando estamos aqui é para aliviar da pressão dos processos", adiantou o procurador da República, sublinhando que é a música que os une. "Trabalho é trabalho. Conhaque é conhaque", dizem.

Na sexta-feira, os Citius do Costume vão tocar nas festas da Gândara dos Olivais, uma localidade na freguesia de Marrazes, em Leiria. Não se esperam problemas de afinação.