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Escritor Orhan Pamuk premiado pela defesa do património e ideais europeus

24 jul, 2014

Turco conquista Prémio Europeu Helena Vaz da Silva.

Escritor Orhan Pamuk premiado pela defesa do património e ideais europeus

O escritor turco Orhan Pamuk é o vencedor do Prémio Europeu Helena Vaz da Silva para a divulgação do património cultural. Depois do escritor italiano Claudio Magris, a edição deste ano do galardão vai para o autor de "Istambul".

O prémio, instituído pelo Centro Nacional de Cultura (CNC) em colaboração com a Europa Nostra, destaca o trabalho criativo de Orhan Pamuk em defesa do património e dos ideais europeus.

“É um dos grandes escritores contemporâneos e tem uma iniciativa de um grande interesse, em Istambul, que é o Museu da Inocência. Trata-se de pensar o património numa ligação directa à defesa dos direitos fundamentais das pessoas, à salvaguarda da diversidade cultural, do respeito mutuo e da causa da paz”, disse à Renascença Guilherme D'Oliveira Martins, presidente do júri e do CNC.

Numa reacção à conquista do Prémio Europeu Helena Vaz da Silva, Orhan Pamuk disse: “Sinto-me muito honrado e lisonjeado com a decisão do Júri. Acredito profundamente nos princípios e motivações deste prémio”.

A cidade de Istambul tem uma grande influência na obra do escritor turco, de 62 anos, e serve de inpiração e pano de fundo para romances como “O Livro Negro”, “Istambul: Memórias de Uma Cidade” e “O Museu da Inocência”. Este último livro levou Pamuk a criar um museu com o mesmo nome em Istambul. Inaugurado em 2012, recebeu o Prémio Museu Europeu do Ano de 2014.

Com formação em jornalismo e arquitectura, o escritor assumiu, a partir da segunda metade da década de 90, uma posição crítica em relação ao Governo do seu país, expressa em escritos sobre direitos humanos e liberdade de pensamento.

O júri do prémio europeu Helena Vaz da Silva também atribuiu um prémio especial ao historiador de arte José Augusto França, pelo seu trabalho “no campo da difusão da cultura e da arte europeias”.

O jornalista holandês Pieter Steinz recebeu uma menção especial, “por ter criado uma original enciclopédia de ícones culturais que fazem parte do ADN da Europa”.

O Prémio Europeu Helena Vaz da Silva foi criado em memória da jornalista portuguesa, escritora, activista cultural e política, falecida em 2002, que se destacou na divulgação do património cultural e dos ideais europeus.