19 jul, 2014
O Governo está a estudar há meses uma solução para o arquivo de Siza Vieira, cuja obra considera “um tesouro vivo” que deve estar acima de qualquer querela, disse este sábado o secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier.
A obra de Siza Vieira “é um tesouro vivo do Portugal contemporâneo que merece todo o respeito, reconhecimento e atenção no que deverá ser a preservação do seu trabalho”, disse à Lusa Jorge Barreto Xavier.
“Há meses que o Governo acompanha com atenção as questões relativas ao património que representa a obra do arquitecto”, que esta semana confirmou a alguns órgãos de comunicação estar em conversações com instituições de diversos países sobre “o futuro a dar” ao seu arquivo.
Barreto Xavier admitiu a “preocupação” do Governo, em termos gerais, sobre o arquivo documental, mas adiantou que “ainda não se chegou a uma conclusão” e que a obra de Siza deve estar “acima de qualquer querela”, tanto mais que “há consenso sobre a sua importância”.
O secretário de Estado comentava notícias publicadas quinta-feira pela revista Visão e pelo jornal “Público”, que davam conta que o arquivo de Siza Vieira poderá ir para o Centro Canadiano de Arquitectura, em Montreal.
O “Público” referia que “à decisão de Álvaro Siza de partir para este processo não terá sido estranho o mal-estar que o arquitecto manifestou, já por diversas vezes, relativamente à falta de atenção que sente no seu país relativamente ao estado de alguns dos edifícios que projectou em solo nacional” e que um dos seus projectos que ficou pelo caminho foi o da Casa da Arquitectura, em Matosinhos, que deveria acolher espólio de arquitectos nacionais do Norte.
O secretário de Estado não quis comentar as críticas em torno desta decisão.