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Morte de João Ubaldo Ribeiro foi “uma verdadeira surpresa”

18 jul, 2014

Nélson de Matos, editor do escritor brasileiro em Portugal, fala da morte do autor como uma “brutalidade”.

Uma "brutalidade", uma "surpresa". Foi assim que Nélson de Matos, editor de João Ubaldo Ribeiro em Portugal, recebeu a notícia da morte, esta sexta-feira, do escritor brasileiro João Ubaldo Ribeiro, Prémio Camões 2008.

Aos 73 anos, o autor de livros como "Sargento Getúlio" e "Viva O Povo Brasileiro" foi vítima de morte súbita, devido a uma embolia pulmonar. Estava em casa, no Rio de Janeiro.

"Ainda na semana passada ele tinha-me enviado um e-mail a perguntar pela minha saúde a que eu respondi. Esta notícia da sua morte, poucos dias depois, é de uma enorme brutalidade. Foi uma verdadeira surpresa, ele estava bem", diz Nélson de Matos à Renascença.

"No passado houve momentos em que a sua saúde nos preocupou, mas neste momento ele atravessava um bom período. Esta sua morte foi um acidente", acrescenta.

João Ubaldo Ribeiro esteve algumas vezes em Portugal, onde lançou várias obras, nomeadamente "A Casa dos Budas Ditosos", que gerou polémica, depois de algumas cadeias de supermercados se terem recusado a vendê-lo.

"É um exímio cultor da língua portuguesa. Aliás, em 2008 foi-lhe atribuído o Prémio Camões, o maior prémio literário em Língua Portuguesa. Era um criador de linguagem para além de um grande escritor. Tinha um vocabulário muito próprio que ia construindo nos seus livros", descreve Nélson de Matos.