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Herberto Helder lança "A Morte sem Mestre"

02 jun, 2014

"Tudo quanto neste livro possa parecer acidental é de facto intencional", escreve o poeta no arranque da obra.

O novo livro de poesia inédita de Herberto Helder, "A Morte sem Mestre", é publicado na segunda-feira, anuncia a Porto Editora. 
 
Em epígrafe, a abrir a obra, o poeta afirma: "Tudo quanto neste livro possa parecer acidental é de facto intencional", e acrescenta: "peço por isso que um qualquer erro de ortografia ou sentido/seja um grão de sal aberto na boca do bom leitor impuro". O novo livro inclui um CD com cinco poemas lidos pelo poeta. 
 
Herberto Helder, de 83 anos, publicou o ano passado "Servidões", uma obra também constituída apenas por poemas inéditos, saída com selo da Assírio & Alvim, e que "esgotou em poucos dias", segundo a Porto Editora. 
 
Apontado pela crítica especializada como uma dos maiores poetas contemporâneos de língua portuguesa, Herberto Helder tem-se remetido ao silêncio, não dando entrevista há mais de 20 anos. Em 1994 recusou o Prémio Pessoa, que lhe foi atribuído. 
 
Nascido no Funchal, frequentou o curso de Filologia Românica da Faculdade de Letras de Lisboa, e publicou o primeiro livro, "O Amor em visita", em 1958. 
 
Viveu em França, Holanda e Bélgica, onde trabalhou como empregado numa cervejaria e como empacotador de aparas de papel. Esteve em Angola e nos Estados Unidos, revisitou a obra poética em "Poesia Toda" (1973). 
 
Sem deixar de publicar poesia, Herberto Helder teve a seu cargo, nos anos 1960, as bibliotecas itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian, trabalhou na rádio, foi editor da revista literária Nova e director literário da Estampa.