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Efeméride

"O fato de banho mais pequeno do mundo" faz 65 anos

05 jul, 2011

Verão é sinónimo de praia e hoje em dia não há praia sem... "bikinis". A história fez-se a partir de um encontro entre um engenheiro e um "designer".

"O fato de banho mais pequeno do mundo" faz 65 anos

O segredo do "bikini" é o umbigo. Antes do lançamento da sua versão moderna, em 1946, já existiam fatos de banho de duas peças. A mudança para a variante mais actual saiu do encontro entre a engenharia e "design".

O engenheiro Louis Réard e o "designer" Jacques Heim, inspirados nas mulheres de St. Tropez – que “dobravam os seus fatos de banho para bronzear mais partes do corpo”, como explica a professora de História da Moda Helena Sofia Silva –, levou a que criassem “o fato de banho mais pequeno do mundo”.

O nome da peça foi inspirado no Atol de Bikini, uma ilha do Pacífico onde foram feitos testes nucleares. A apresentação oficial do novo fato de banho foi feita numa piscina pública de Paris, a 5 de Julho de 1946. O primeiro "bikini" foi desfilado por uma dançarina do Casino de Paris, Michelini Bernardini, já que nenhuma modelo aceitou o desafio.

O efeito Bardot
A “reacção inflamada e puritana” da época, como a descreve Helena Sofia Silva, não impediu que, aos poucos, a nova moda “pegasse”. O cinema foi um dos impulsionadores da popularidade do "bikini" por todo o mundo.

A professora de História da Moda aponta duas figuras marcantes: Brigitte Bardot, em filmes como “Manina” (1952) e “E Deus Criou a Mulher” (1956), e nas suas aparições na praia durante o Festival de Cannes; há ainda Ursula Andress, a primeira "Bond Girl", com o modelo branco que vestiu em “Dr. No” (1962). 

Alguns modelos que a cultura popular elevou ao “pódio” remetem ainda para o "bikini" de pele de Raquel Welch, em “Quando o Mundo Nasceu” (1966), ou o fato de prisioneira da Princesa Leia, personagem representada por Carrie Fisher no episódio VI da "Guerra das Estrelas" (1983).

Outro momento marcante foi a primeira edição do concurso Miss Mundo, em 1951. Kiki Håkansson, que venceu o certame, foi a primeira e única Miss Mundo a receber a coroa do primeiro lugar vestida com um "bikini".

"Bikini" anti-sol
Este ano, a tendência volta a ser o top "cai-cai" – diferente do ano passado,porque agora pode encontrar-se em versões reversíveis e com enchimento. Aliás, é neste aspecto que o público parece apostar: uma funcionária de uma loja da Baixa do Porto explicou à Renascença que os "bikinis" com enchimento são muito requisitados.

O que falta inventar no que toca a "bikinis"? Como serão daqui a 10 anos? A estilista Anita Gonçalves diz à Renascença que quase tudo já foi criado, mas aposta na inovação nos tecidos: por exemplo, algum que “não deixe passar o sol”.

Mais confiança, menos complexos
A estilista portuguesa Maria Gambina concorda que “as mulheres estão mais seguras e confiantes” e que “gostam de estar bronzeadas” - há muito tempo que um corpo menos elegante deixou de ser barreira para usar um "bikini". Os fatos de banho “não tendem a desaparecer”, mas perdem terreno para a versão de duas peças.

Anita Gonçalves reforça que as mulheres estão cada vez “menos complexadas” com o uso do "bikini", que substitui assim o fato de banho de peça única. A popularidade do "bikini" “é uma afirmação de qualquer coisa importante, se pensarmos para trás”, tornando-se uma peça especial. “É uma peça poderosa”, diz.