Emissão Renascença | Ouvir Online

Inédito de Saramago vai ser lançado até ao Verão

29 jan, 2014 • Maria João Costa

Obra do Nobel da Literatura passa para chancela da Porto Editora, num dos negócios do ano no mercado editorial.

Inédito de Saramago vai ser lançado até ao Verão

O romance inédito que José Saramago estava a escrever quando morreu e que nunca concluiu vai ser o primeiro a ser publicado pela Porto Editora.

O novo editor do Nobel da Literatura português quer lançar dentro de alguns meses "Alabardas, alabardas, espingardas, espingardas". “Há um romance inédito, que o Saramago deixou inacabado, e que eu espero publicar até ao Verão”, disse à Renascença Manuel Alberto Valente.

Pela frente tem agora um plano de republicações. O editor da Porto explica que o legado de Saramago será editado aos poucos, à medida que os direitos da Caminho - até aqui editora do Nobel - vão caducando.
               
Pilar del Río e Violante Saramago Matos, mulher e filha de José Saramago, respectivamente, explicam, em comunicado, que houve razões afectivas que levaram a escolher a Porto Editora.

Manuel Alberto Valente começa por lembrar que a Fundação Círculo de Leitores, do grupo Porto Editora, “tem o prémio José Saramago desde há muitos anos”.

“Também há um outro facto importante que por vezes as pessoas esquecem: ao encomendar há muitos anos ao José Saramago aquele livro que depois se viria a chamar ‘Viagem a Portugal’, foi Círculo de Leitores que, de certa maneira, lhe deu condições para que ele [Saramago] se profissionalizasse como escritor. É natural que estas coisas tenham pesado, porque as questões afectivas, muitas vezes, são mais importantes que as questões materiais.” 

As questões materiais também terão pesado naquele que corre o risco de se tornar o negócio do ano no mercado editorial, mas Manuel Alberto Valente prefere não falar sobre números concretos.

“Claro que não se pode saber, por uma questão de respeito para com as herdeiras. A única coisa que posso dizer é que as condições envolvidas neste acordo, são condições perfeitamente normais para qualquer editora com a dimensão adequada à obra de José Saramago”, sublinha o novo editor do Nobel da Literatura português.