Emissão Renascença | Ouvir Online

"Contadores de histórias" portugueses ganham prémios lá fora

19 nov, 2013 • Maria João Costa

André da Loba, Marta Monteiro e Pedro Miguel Resende são três ilustradores a brilhar no estrangeiro.

Os ilustradores portugueses André da Loba e Marta Monteiro venceram esta segunda-feira  um prémio internacional. Foram distinguidos com duas medalhas de ouro pela Sociedade Americana de Ilustradores.               

Dizem que são contadores de histórias, mas que o fazem através de imagens e desenhos. É assim que se define André da Loba, que venceu na categoria "Moving Image". “Somos contadores de histórias. Basicamente, o que nós fazemos é contar histórias e, hoje em dia, cada vez mais e mais e mais e mais qualquer ilustrador é também autor de alguma maneira, não só na escrita. Esta é sempre uma ideia de voz própria.” 

Marta Monteiro venceu uma medalha de ouro na categoria das ilustrações não publicadas em livro com o trabalho inédito "Little People".

A obra de ambos vai ser mostrada na exposição que abre em Janeiro no Museu da Ilustração em Newport, nos Estados Unidos

André da Loba falou à Renascença pelo telefone, a partir de Nova Iorque. É lá que vive, trabalha e se cruza com os "Da Vinci da ilustração”, sublinha.

Em Londres está outro premiado português. Chama-se Pedro Miguel Resende e venceu recentemente um concurso de animação na Alemanha.

“É sempre bom ganhar um prémio, especialmente da forma como o ganhámos, ou seja, com o apoio das pessoas. Este filme foi financiado via ‘crowfunding’, ou seja, quem acreditou em nós deu-nos alguma contribuição monetária e, para nós, foi muito importante  termos muitas pessoas do nosso lado para podermos ganhar o primeiro prémio”, disse à Renascença Pedro Miguel Resende.

O prémio foi para uma curta-metragem, chamada "Imaginarium", que junta animação e imagem real. Pedro está em Londres a fazer a pré-produção do filme. Viver fora, tal como André da Loba, alarga horizontes, diz.

Por cá há cada vez menos procura do trabalho dos ilustradores. Que o diga Alex Gozblau, um italiano a residir em Portugal que já trabalhou para jornais como o “Independente”, o “Expresso”, a “Sábado” e o “Público”. 

A alternativa encontrada por Alex Gozblau para continuar activo é diversificar o seu trabalho e enveredar por áreas como a criação de capas de livros e discos, cartazes, etc… 

Enquanto os ilustradores e criativos portugueses ganham prémios e são reconhecidos lá fora, cá dentro é preciso não arrumar os lápis e continuar a procurar por onde se pode ainda desenhar o futuro.