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“Impunidade” reúne a história de 15 escândalos da democracia portuguesa

16 out, 2013

Livro pretende fazer uma reflexão sobre os 40 anos da democracia portuguesa e não criticar a justiça, explica a autora, Virgínia López.

Quinze grandes escândalos que abalaram a democracia portuguesa foram reunidos num livro que é apresentado esta quarta-feira, em Lisboa.

“A ideia era compilar os casos, ver como começaram, como foram divulgados, como foi o processo judicial e qual o desfecho, sobretudo, para reflectir sobre os 40 anos da democracia portuguesa”, explica a autora, Virgínia López.

A jornalista traça a história e a forma como a justiça actuou em cada um deles. Por prescrição, falta de provas ou recursos sucessivos, todos terminaram com uma sensação de impunidade, considera.

Mas o objectivo do livro não é criticar a justiça, refere Virgínia López à Renascença. É sim evitar que os casos caiam no esquecimento.
 
“Penso que os cidadãos têm de ser mais exigentes com a democracia que temos, porque estes escândalos aconteceram. Em determinados momentos da democracia levámos as mãos à cabeça quando descobrimos este tipo de situações. Independentemente do desfecho na justiça. Em Espanha acontece também”, sustenta. 

“Agora temos casos em fase de julgamento, tanto em Espanha como em Portugal. Já passaram 40 anos, mas como é que vão ser os 40 anos que temos pela frente? Precisamos de uma democracia mais activa e precisamos de confiar mais nos políticos”, acrescenta. 

“O fundamental do livro é os portugueses não esquecerem o que aconteceu, para daqui para a frente exigir que as coisas sejam mais rápidas, porque isto é mau para os dois lados, para a sociedade no geral, que sente que não se fez a justiça que devia ser feita, e para os implicados, que vão ser julgados muito mais rapidamente na praça pública muito antes do que na justiça”, defende ainda.