"25 anos de Portugal Europeu"
Portugueses pouco dados à cultura e ao lazer
19 ago, 2013 • Ana Carrilho
Em 25 anos de integração europeia, a fatia média do orçamento familiar dedicada aos tempos livres subiu de 5% para 7%. Ler um livro é actividade pouco praticada por cá, em comparação com outros povos europeus.
Cultura e lazer não são propriamente prioridades para os portugueses. A conclusão é do estudo “25 anos de Portugal Europeu”, coordenado por Augusto Mateus a pedido da Fundação Francisco Manuel dos Santos.
A base de partida era baixa e o nível de vida, que tem caído nos últimos anos, não ajudou. A cultura foi, por isso, uma das áreas em que, apesar da tentativa de convergência com a média europeia, não se atingiu um nível elevado.
Em 25 anos de integração europeia, a fatia média do orçamento familiar que os portugueses gastam em cultura e lazer subiu de 5% para 7%.
Depois de uma tentativa de convergência acelerada nos anos 80 e 90, a última década foi de abrandamento, porque o ponto de partida era muito baixo e o nível de vida inferior ao da União Europeia.
Apesar da subida registada nos últimos anos do século XX, Portugal ocupa o 9º lugar no que toca a consumo de cultura e lazer.
O ligeiro desafogo económico foi usado para fazer férias organizadas ou para aumentar as presenças em espectáculos ao vivo, a que a emergência dos festivais de Verão deu um empurrão.
Museus, jardins zoológicos e exposições vão recebendo mais visitantes, mas um terço é de nacionalidade estrangeira. Quanto ao cinema e publicações periódicas, estão claramente em declínio. Ler um livro é mesmo uma das actividades que marca a grande diferença entre os portugueses e outros povos europeus.
São alguns dados dados disponibilizados no trabalho “25 anos de Portugal Europeu”, coordenado por Augusto Mateus e que vai ser analisado no segundo encontro “Presente no Futuro”, agendado para Setembro.
As inscrições estão abertas até ao início do próximo mês.
Outros temas que vão estar em debate, e que fazem parte do estudo, são, por exemplo, a evolução no campo da saúde, o nível de vida da população e a estrutura demográfica do país.