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Claudio Magris recebe Prémio Europeu Helena Vaz da Silva

21 jul, 2013

Escritor italiano premiado pela sua "obra notável sobre a identidade europeia, como realidade diversa que se deve preservar enquanto património material e imaterial".

O escritor italiano Claudio Magris é o primeiro galardoado com Prémio Europeu Helena Vaz da Silva para a divulgação do Património Cultural, pela sua "obra notável sobre a identidade europeia", anunciou este domingo o Centro Nacional de Cultura (CNC).  
 
O prémio, criado pela organização não-governamental Europa Nostra dedicado ao jornalismo cultural, CNC e Clube Português de Imprensa (CPI), foi anunciado em várias capitais europeias, incluindo Lisboa, e pretende distinguir um cidadão europeu que, ao longo da sua carreira, se tenha distinguido pela divulgação, defesa e promoção do Património Cultural Europeu.  
 
O júri, presidido por Guilherme d'Oliveira Martins, do CNC, justificou a escolha pelo facto de Claudio Magris ser autor de "uma obra notável sobre a identidade europeia, como realidade diversa que se deve preservar enquanto património material e imaterial". 
 
Para o júri, "a relação entre a Europa Central e o Mediterrâneo corresponde a uma exigência de uma identidade aberta e plural" e o conhecimento que Magris tem da Europa "enquanto espaço de diálogo e de intercâmbio cultural é muito perceptível, especialmente na sua obra sobre o Danúbio, mas igualmente em toda a sua rica produção literária", lê-se num comunicado divulgado pelo CNC. 
 
Numa declaração enviada ao Centro Nacional de Cultura, Magris expressou o seu agradecimento pelo prémio e lembrou Portugal como um país "sempre presente" no seu imaginário.
 
"Desejo expressar a minha mais profunda gratidão por este grande, generoso e totalmente inesperado reconhecimento que me chega de um país que sempre esteve presente na minha fantasia, nos meus interesses, no meu imaginário", escreveu o autor do livro "Danúbio", que lhe valeu o Prémio Príncipe das Astúrias, de Letras. 
 
Claudio Magris, 74 anos, nascido em Trieste, é diplomado pela Universidade de Turim, titular da cadeira europeia do Colégio de França e é autor de vários livros de ensaio e ficção, como "Atrás das Palavras", "Microcosmos" e "A história não acabou". O escritor é autor do prefácio de uma das mais recentes edições do livro "Viagem a Portugal", de José Saramago. 
 
Em Janeiro, Magris foi um dos 12 intelectuais, a par do filósofo italiano Umberto Eco, do escritor francês Bernard Henri Lévy e do escritor português António Lobo Antunes, que assinaram um manifesto no qual alertavam para uma possível desagregação da União Europeia, defendendo que só com união política se poderá salvar o projecto europeu. 
 
A cerimónia de entrega do prémio está prevista para Outubro, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.