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Livraria Sá da Costa encerra ao fim de um século

18 jul, 2013 • João Pedro Vitória

A livraria Sá da Costa esteve para ser vendida diversas vezes, mas nenhum negócio terá chegado a bom porto.  

No ano em que completa um século de actividade, a livraria Sá da Costa, em Lisboa, vai encerrar.

O Tribunal de Comércio declarou a insolvência da empresa e determinou a venda do património. As portas devem fechar na segunda-feira.

É o final de um intricado processo que se arrasta há anos, e que terá na sua origem dívidas a fornecedores, à banca, a antigos trabalhadores e ao Estado, para além de negócios falhados.

A livraria Sá da Costa esteve para ser vendida diversas vezes, mas nenhum negócio terá chegado a bom porto.

Em 2010 o Fisco leiloou por 175 mil euros o alvará, direito ao arrendamento e trespasse da loja ocupada pela Sá da Costa no Chiado desde 1943, mas não houve quem arrematasse. No ano seguinte, nova tentativa de venda por via judicial, desta vez por mais de 400 mil euros, mas nenhuma de duas propostas entregues terá cumprido os requisitos para a venda.

Já esta semana a assembleia de credores terá rejeitado um plano de viabilização da livraria fundada em 1913, que ainda dá emprego a cinco pessoas. Na sequência do desacordo, o Tribunal de Comércio decretou a insolvência.

Há já alguns anos que nos escaparates da livraria Sá da Costa já não habitava o fulgor de outros tempos, embora nos últimos meses a livraria da rua Garret tenha sido palco de actividades e colóquios, numa tentativa de redinamizar o espaço.

Um grupo de amigos da Sá da Costa, juntamente com a editora Letra Livre, deram à estampa um “Manifesto Contra o Desastroso Encerramento das Livrarias da Cidade de Lisboa no Centenário da Livraria Sá da Costa”, que será ali lançado este sábado.