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Portugueses e alemães juntos à volta dos livros

27 jun, 2013 • Maria João Costa

Uma embaixada de escritores alemães participa até domingo no festival "Afinidades Electivas" lado a lado com um grupo de autores portugueses.

O que podem ter em comum Portugal e a Alemanha? Em tempo de austeridade as relações entre os dois países apenas são notícia pelos aspectos económicos, mas há afinal mais a unir as duas culturas. 

É isso mesmo que quer provar o Festival "Afinidades Electivas" que começa esta sexta-feira no Goethe-Institut em Lisboa. Até domingo, este festival vai provar que há ligações através da literatura. Tito Couto, da organização do festival, diz que partem de um momento de crise “da divisão entre as duas realidades, o centro da Europa e a periferia, os ricos e os pobres” e tentam fazer “o exercício contrário” ou seja, procurar “o que nos une”.

À Renascença, o moderador dos encontros aponta que “temos um conjunto de jovens escritores portugueses que são amplamente influenciados pelo universo alemão, por autores como Robert Musil e que vão ajudar-nos a perceber que se calhar estamos muito mais próximos do que separados”.

Organizado pelo Goethe-Institut e pela Booktailors - consultores editorais, o Festival "Afinidades Electivas" decorre até domingo também na Biblioteca Municipal de Oeiras e pretende juntar nomes da literatura nacional como Manuel Alegre, Dulce Maria Cardoso e Afonso Cruz com nomes da literatura alemã. Estão programadas sete mesas de debate.

O primeiro debate, marcado para as 19h00 desta sexta-feira, tem como tema “Viver numa pátria sem fronteiras” e vai juntar a escritora portuguesa Teolinda Gersão e Olga Grjasnowa, uma autora nascida no Azerbaijão. No sábado à noite, Manuel Alegre partilha a mesa com o escritor de origem iraquiana Abbas Khider, para debater no Goethe a importância da comunicação no processo de revolução social.

Os escritores Afonso Cruz e Dulce Maria Cardoso participam no Festival “Afinidades Electivas” no domingo. O autor de “A Boneca de Kokoschka” vai estar na Biblioteca Municipal de Oeiras pelas 11h00 ao lado da alemã Arezu Weitholz, para falar sobre que espaço está reservado às artes num mundo onde se privilegia a produtividade.

Já Dulce Maria Cardoso vai estar às 15h30 no Goethe-Institut de Lisboa ao lado da alemã Ursula Krechel, onde conversam sob o tema “A história escreve-se com cicatrizes”.