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As viagens de Pessoa

25 mai, 2013 • Maria João Costa

Poeta "viajava infinitamente no perímetro do seu próprio quarto, do seu escritório e da sua cidade", disse Jerónimo Pizarro, na abertura do LeV - Festival Literatura em Viagem, que decorre em Matosinhos.

O LeV - Festival Literatura em Viagem arrancou com uma evocação de Fernando Pessoa. Até domingo, dezenas de escritores vão passar pela Biblioteca Florbela Espanca, em Matosinhos, para falar de livros de viagens em diversas conferências abertas ao público.

O festival, que esteve suspenso no último ano por falta de financiamento devido à lei dos compromissos, foi retomado esta sexta-feira à noite. Foi uma paragem para “reparar a viatura”. É assim que o presidente da Câmara de Matosinhos descreve o ano de suspensão do Lev. Dois anos depois, o Festival Literatura em Viagem regressou a Matosinhos. Guilherme Pinto, que em ano de eleições autárquicas recolhe assinaturas para uma nova candidatura independente, fala no retomar do festival.

Com a concorrência das festas do Senhor de Matosinhos lá fora, a inauguração do festival esteve a cargo de Jerónimo Pizarro. O investigador pessoano falou do poeta que dizia que a melhor maneira de viajar era sentir.

Fernando Pessoa, que era um resistente à viagem, mas deslocava-se através da escrita, refere Jerónimo Pizarro.

“Fernando Pessoa viajava pela Europa pela mão de Sá Carneiro, viajava ao Oriente através do opiómano [Álvaro de] Campos e viajava infinitamente no perímetro do seu próprio quarto, do seu escritório e da sua cidade, primeiramente sob a máscara de Vicente Guedes e mais tarde sob o nome de Bernardo Soares”, sublinha.