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Cardeal brasileiro admite que Conclave comece dia 11

06 mar, 2013 • Domingos Pinto

D. Raymundo Damasceno Assis espera que o próximo Papa esteja atento à pobreza, à ecologia, à família e à juventude.

O Conclave que vai eleger o próximo Papa poderá ter início já na próxima segunda-feira, dia 11. A convicção é de um dos cardeais eleitores D. Raymundo Damasceno Assis, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

À Renascença, o arcebispo de Aparecida diz que não está preocupado com a proveniência do próximo Papa, mas admite que se for brasileiro será uma grande festa para o seu país. “Para nós não é importante a origem do Papa, a cor do Papa. O importante é a missão e a função que ele exerce na Igreja. A idade também não é importante. Claro que não podemos eleger um Papa que seja muito idoso e que não tenha condições físicas para carregar o peso do pontificado. Temos que eleger um Papa que tenha força, sabedoria, que seja uma pessoa virtuosa e que tenha um grande amor a Nosso Senhor Jesus Cristo, grande Fé e seja um homem de muita confiança e muita esperança”, disse.

O cardeal brasileiro, um dos seis brasileiros que vai estar no Conclave, espera que “Deus mande o pastor mais adequado, segundo a Sua vontade, para os tempos de hoje, para a Igreja de hoje”.

Nesta entrevista à Renascença, D. Raymundo, de 76 anos, traça o perfil do Papa que os latino-americanos mais gostariam de ver ao leme da Igreja Católica: um Papa atento à pobreza, à ecologia, à família e à juventude. “O Papa deverá, sem dúvida nenhuma ter uma enorme sensibilidade para os problemas sociais, ao crescimento, ao desenvolvimento da América Latina. Ainda temos muita pobreza, há uma brecha muito grande entre aqueles que têm muito e aqueles que têm pouco e quase não têm o necessário para uma vida digna. Também deverá ter em conta a questão da ecologia e o meio-ambiente, a preocupação com a família – a base e fundamento da sociedade -, a juventude”, refere.

D. Raymundo Damasceno Assis lembra que vem do continente com mais católicos no mundo. “A Igreja na América é uma igreja bastante dinâmica, é uma igreja relativamente jovem, é uma igreja que procura promover sempre uma pastoral de conjunto. É um continente profundamente religioso e a igreja está procurando viver num estado permanente de missão, recuperar o entusiasmo missionário”.

A finalizar, o cardeal deixa “um abraço a todos os ouvintes da Renascença, essa grande rádio da nossa nação portuguesa, nação tão cara de todos nós brasileiros. Estive em Fátima em Dezembro e estamos a pensar celebrar alguns actos conjuntos entre Fátima e Aparecida”.