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Histórias de quem viu Bento XVI ser eleito

11 fev, 2013 • Filipe d’Avillez

São portugueses, têm histórias de proximidade com Bento XVI e estiveram em Roma quando o mundo conheceu o sucessor de João Paulo II. Depois de o Papa ter resignado ao pontificado, viajam ao dia em que assistiram à sua eleição.

Histórias de quem viu Bento XVI ser eleito

Em 2005, após a morte de João Paulo II, um grupo de jovens católicos portugueses decidiu que queria viver mais de perto um momento sempre único na história da Igreja - a escolha de um novo Papa. Oito anos depois de terem acompanhado no Vaticano a eleição de Bento XVI, a memória desses dias está ainda bem presente. Todos foram fortemente afectados, de maneiras diferentes, pela anúncio da resignação de um Papa que sentem ser bem "seu".

No grupo que esteve em Roma incluía-se Duarte Andrade e Sousa. Na altura, já tinha decidido ir para o seminário, pelo que o seu percurso até à ordenação, em 2012, foi todo marcado pelo pontificado de Bento XVI. "Foi o Papa dos sete anos em que estive no seminário. Com ele aprendi a amar a Igreja e a reconhecer na Igreja a vontade de Deus para o mundo", começa por dizer.

"Ao longo deste pontificado, pude ainda ir a Roma algumas vezes e ouvir o Papa no Angelus, nas audiências-gerais de quarta-feira e na canonização de São Nuno de Santa Maria. Estive também em alguns eventos internacionais, como as jornadas mundiais de Juventude em Colónia - as primeiras dele -, o encontro mundial das famílias em Valência, a visita a Santiago de Compostela e, claro, a visita a Portugal", conta Duarte Andrade e Sousa.

Durante a viagem do Papa a Portugal, o agora padre Duarte foi seleccionado para acolitar na missa no Terreiro do Paço, dando-lhe a oportunidade de estar muito próximo de Bento XVI. "Pude estar sozinho com ele e com dois mestres-de-cerimónias na sacristia antes da missa. Foram 15 minutos que para mim pareceram uma eternidade. O Papa chegou, sorriu para mim, com aquele ar cansado, mas cheio de fé. Durante a missa, estive muito perto dele, com o missal. Poder rezar o credo,virado para ele, a menos de um metro, poder professar a fé em Deus e na Igreja, foi importante para mim."

Bênção ao filho por nascer
Inês Vaz Serra, professora, também viu a eleição de Bento XVI em Roma. Amiga do padre Duarte, admite que não conhecia o então Cardeal Ratzinger quando soube que era o novo Papa. "Mas como estive presente no início do seu pontificado, tornou-se logo o "meu Papa'", diz.

Inês refere que o que mais a fascina em Bento XVI é a capacidade de "recordar e demonstrar que Jesus é a resposta ao coração de cada homem". "Fê-lo não só aos católicos que procuram Jesus no seu dia-a-dia, mas também a outros que não conhecem Jesus, mas ele conseguiu cativá-los."

Quando o Papa visitou Portugal, em 2010, Inês estava grávida do seu primeiro filho. Quando foi à rua vê-lo, em Lisboa, conseguiu estar perto de Bento XVI, que lhe deu a sua bênção. O momento marcou-a profundamente.

João Silveira, amigo de Inês e do padre Duarte, também esteve em Roma em 2005. "Quando morreu João Paulo II, combinei com um grupo de amigos ir a Roma para estarmos aqui durante o Conclave e na primeira missa do novo Papa. Estávamos na praça de São Pedro quando foi escolhido o Papa. Vimos o fumo branco, ouvimos os sinos e assistimos à festa toda na praça. Estivemos aqui na primeira missa do Papa e na primeira audiência. Acompanhei todo o pontificado com muito entusiasmo."

Agora a estudar teologia em Roma, narra com surpresa a forma como o mundo recebeu a notícia da resignação de Bento XVI. "Ainda não falei com ninguém que pensasse que isto era possível. Já falei com imensos padres e pessoas que trabalham no Vaticano e ninguém pensava que isto fosse sequer possível. Já toda a gente tinha reparado que o Papa estava muito cansado, mas ninguém imaginava que ele fosse resignar neste momento."


Não perca o documentário Do Amor à Verdade, sobre o pontificado de Bento XVI, disponível no site da Renascença.