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EUA

Hospital católico pede desculpa por invocar “lei injusta”

06 fev, 2013

Estabelecimento com nome de São Tomás Moro alegou que fetos não são pessoas para evitar pagar uma indemnização num processo de negligência médica.

Um hospital católico americano veio a público pedir desculpa por ter invocado uma lei segundo a qual os fetos não são pessoas, para evitar pagar uma indemnização por negligência médica.

O caso remonta a 1 de Janeiro de 2006 quando uma mulher grávida de gémeos foi admitida às urgências do hospital. Lori Stodghill estava a vomitar e com falta de ar mas morreu na sala de espera de ataque cardíaco. Os gémeos, na 28ª semana de gestação, também morreram.

O pai processou o hospital St. Thomas More, de Canon City, Colorado, por negligência médica, alegando a morte dos três, mas o hospital invocou a lei do Estado segundo a qual os gémeos não contavam como pessoas porque não tinham nascido.

Recentemente o caso veio a público e levou à intervenção dos três bispos diocesanos do Colorado. Após conversas com o episcopado o hospital emitiu um comunicado no qual admitiu que a lei em causa é, aos olhos da Igreja, injusta. “Apesar do argumento ser legalmente correcto, o recurso a uma lei injusta foi moralmente errado”.

Contudo, o hospital continua a alegar que nada podia ter sido feito para salvar a vida de Lori e dos seus filhos, mostrando-se solidário com o marido “em todo este processo doloroso”.

Dois tribunais já deram razão ao hospital mas o marido de Lori vai agora recorrer para o Supremo Tribunal do Estado do Colorado. Apesar de o hospital ter garantido que não vai invocar a lei que nega o estatuto de pessoas aos fetos, nada impede os juízes de o fazerem, contudo.