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Taizé, onde o ecumenismo se vive diariamente

18 jan, 2013 • Ângela Roque

A Renascença ouviu o testemunho de uma portuguesa que há 12 anos conhece esta Comunidade Ecuménica, onde aprendeu a viver com o essencial e descobriu que é possível rezar juntos e acreditar todos no mesmo Cristo.

Taizé, onde o ecumenismo se vive diariamente
Rita Monteiro, de 27 anos, foi pela primeira vez a Taizé com apenas 15. Quis conhecer mais de perto a comunidade onde a oração e os cânticos, mas também o silêncio, estão sempre presentes. 

"A comunidade tem por base o silêncio e a meditação e tentar orientar os jovens num sentido para a vida. Penso que isso aos 15 anos, que é aquela idade crítica que nós passamos, até mesmo em relação à Igreja e à fé, foi extremamente importante porque mostrou-me um caminho de fé a seguir e um local onde eu posso ir buscar energias para seguir esse caminho", explicou.

Em Taizé aprendeu a viver com o essencial.“Eles dão-nos um sítio para dormir, um sítio para a nossa higiene pessoal e o necessário para não termos fome”.

Foi a partir dessa experiência que começou a desvalorizar o que não tem importância. "Durante uma semana nem me lembro que existe televisão e internet, vivo em comunhão com as pessoas que lá estão e com Deus,e quando chego tenho um choque com a realidade! Cheguei à sociedade consumista em que há uma fila e já está tudo a refilar! Nós em Taizé chegamos a ser seis mil numa fila e ninguém refila".

Para Rita Monteiro a experiência ecuménica de Taizé prova que a unidade dos cristãos não é uma utopia: “ter contacto com jovens que são cristãos mas têm uma igreja que funciona totalmente diferente da nossa, poder viver o dia a dia com eles e perceber como é que funcionam, foi muito importante”. Isso permitiu-lhe perceber que “é possível estarmos todos juntos em oração e que acreditamos todos no mesmo Cristo".

Rita já não consegue estar muito tempo afastada, vai a Taizé pelo menos duas vezes por ano e participa nos Encontros Europeus, que são cada vez mais concorridos. No de Roma, em Dezembro, estiveram 40 mil jovens, incluindo mais de 700 portugueses. Já foi como voluntária e deu apoio à parte logística.

Criada em 1940, em França, pelo irmão Roger, a Comunidade Ecuménica de Taizé reúne hoje uma centena de irmãos, católicos e de diversas origens evangélicas. A pouco e pouco também tem aberto portas a outras religiões e, até, a quem diz não acreditar em Deus.